Acampamento Base do Everest


Nepal

O Nepal é um pais pequeno, com 147.181 Km2 (pouco menor que o estado do Ceará) situado no centro da Ásia, entre o Tibete e a Índia. Desde 2008, é uma república parlamentarista (substituindo a monarquia que governava até então). 12 etnias compõem sua população, vivem em uma economia pobre (88ª posição, conforme o Banco Mundial - 2010), dominada principalmente pela agricultura e turismo.




Das 14 montanhas com mais de 8000 metros que existem no mundo, 3 estão inteiramente dentro das fronteiras nepalesas (Manaslu, Annapurna e Daulagiri), 4 na fronteira entre o Nepal e o Tibete, podendo ser escaladas por ambos os lados (Everest, Lhotse, Makalu e Cho Oyu) e o Kanchenjunga está na fronteira com a Índia (Fonte: Sonhos Verticais).

O principal ponto de chegada ao Nepal é sua capital: Kathmandu, a 1370 m de altitude. No  Aeroporto Internacional Tribhuvan os turistas podem adquirir o visto de entrada, que custava US$ 40 para 30 dias (em 2013) e exige uma foto 3x4. A permissão para o trekking exigirá mais 03 fotos 3x4.

Flora e fauna

A região do Himalaia também é reconhecida como um dos Hotspots da biodiversidade (como são denominados os locais de alta biodiversidade e com prioridade de conservação). Exemplos desta riqueza? O Nepal possui 8% da população mundial de pássaros (mais de 848 espécies), 11 das 15 familias de borboletas no mundo (mais de 500 espécies) e 319 espécies de orquídeas.

À medida que a altitude aumenta, a vegetação vai reduzindo - e por conseqüência, os animais vão ficando cada vez mais raros. No entanto, durante a caminhada ao Acampamento Base do Everest, é possível ver muitas flores (principalmente na primavera - março e abril) e pássaros:


Rododendro - Flor nacional do Nepal
O Rododendro - Flor nacional do Nepal
Flor amarela
Delicada flor amarela
Casca de árvore
Corvo
Este corvo foi clicado a 4200m
O arredio Faisão, ave-símbolo do Nepal
O arredio faisão, ave-símbolo do Nepal
Pintarroxo no Acampamento Base do Everest
O pintarroxo estava no Acampamento-Base do Everest !

Everest


A maior montanha do mundo dispensa apresentações, certo? Bom, não é bem assim. Há muitas
informações interessantes sobre o Sagarmatha, como é conhecido em nepalês e Qomolangma ou Chomolungma, em tibetano:

- Para começar, o Everest já foi mar. Sim, o Himalaya, cadeia da qual pertence o Everest e outras montanhas acima de 8.000 metros foi formado pela colisão da placa Eurasiana e a a Indo-australiana há cerca de 70 milhões de anos - um período recente, do ponto de vista geológico. Fósseis e rochas comprovam que a região já esteve no chamado Mar de Tethys.

- O Everest ainda está crescendo ! como resultado da movimentação da placa indiana para baixo da placa asiática, a maior montanha do mundo se torna um pouquinho mais alta a cada ano.

- A ascensão ao cume é feita, basicamente por duas vertentes: a sudeste, no lado nepalês e a norte, pelo lado tibetano, mas há mais de há 10 diferentes rotas e variações de rotas até o cume.

Acampamento-base

Gelo, morainas e o Acampamento-base
do lado Nepalês
Em uma expedição para atingir o cume de uma montanha, são montados acampamentos-base, que servem como uma espécie de "quartel-general" para as equipes. São montados acampamentos superiores,  conforme a estratégia de aclimatação e logística em cada rota. No caso do Everest, há 2 acampamentos-base: o Acampamento-base Sul do Everest (5364 m de altitude), a partir do qual os alpinistas ascendem através da Crista ou Aresta Sudeste (lado nepalês) e outro, no lado do Tibete, com 5150 m de altitude.

A preparação física para chegar lá

Toda caminhada em altitude exige um bom condicionamento físico. Embora o tempo de caminhada durante a ida não seja tão grande a cada dia, os desníveis a vencer e a altitude exigem um bocado do sistema muscular e cardiovascular. Acredito que o ideal é começar uma preparação séria e disciplinada com, pelo menos, 6 meses de antecedência. Para um melhor aproveitamento, é importante que seja acompanhada de um profissional competente. Um bom preparo físico lhe permitirá aproveitar melhor a caminhada, sem que o foco esteja em "conseguir terminar o trecho".

Algumas informações sobre nossa preparação podem ser vistos neste link.

Equipamentos

A empresa que você contratar para guiá-lo até o acampamento-base provavelmente indicará o que é necessário em termos de roupas e equipamentos. Como exemplo, veja a lista sugerida pela Morgado Expedições: Link. Uma dica: em Kathamandu há muitas lojas de equipamentos, com oferta de produtos originais (lojas de marca, como a North Face, Mountain Hard Wear, etc.) e "genéricos". Em todos os casos, os preços são bem mais acessíveis que os que encontramos no Brasil.

As expedições disponibilizam carregadores pessoais que levam parte de seus equipamentos de caminhada, como mudas de roupa e outros itens que só serão usados nos lodges ou pequenas pousadas ao longo do caminho (ex.: saco de dormir).

Sacos de dormir para baixas temperaturas e casacos de pluma de ganso podem ser alugados em Kathmandu. Se você não pretende usar este tipo de equipamento com freqüência, será uma boa opção.

O caminho até o Acampamento-base - lado nepalês

Fizemos o trekking até o Acampamento-base com a Morgado Expedições. O roteiro dia-a-dia está resumido na tabela abaixo, com os links para os relatos com detalhes e fotos. Aproveite para ver como foi nossa experiência:

Dia
Local (trecho) Atividades principais Relatos
São Paulo - Doha Trânsito
Doha - Katmandu Chegada a Katmandu  Post
Katmandu Visita Katmandu  Post
Katmandu Visita aos templos de Pashupatinath e Boudnath  Post
Katmandu - Lukla - Monjo Vôo para Lukla e caminhada  até Monjo  Post
 Post
Monjo - Namche Bazaar Caminhada até Namche Bazaar, maior vilarejo do Khumbu  Post
Namche Bazaar - Thamo Caminhada até o vilarejo de Thamo, com visita a monjes budistas  Post
Thamo - Khunde Caminhada a Khunde  Post
Khunde – Deboche Caminhada a Deboche, com visita ao maior monastério do Khumbu: Tengboche  Post
10º
Deboche - Dingboche Caminhada a Dingboche, com visita ao monastério de Pamboche  Post
11º
Dingboche - Dugla Caminhada até Dugla  Post
12º
Dugla - Lobuche Caminhada a Lobuche. Passagem pelo Memorial aos Sherpas Mortos  Post
13º
Lobuche - Gorak Shep - Kala Patthar Caminhada até Gorak Shep, com subida ao Kala Patthar  Post
 Post
14º
Acampamento Base Caminhada até o Campo Base do Everest  Post
15º
Acampamento Base - Dimboche Saida de Gorak Shep, passando por Lobuche, Dugla e pernoite no vilarejo de Dimboche  Post
16º
Dimboche - Deboche Caminhada até Deboche  Post
17º
Deboche - Namche Bazaar - Monjo Saída de Deboche, almoço em Namche Bazaar e pernoite em Monjo  Post
18º
Monjo - Lukla Último dia de trekking. Caminhada de volta a Lukla  Post
19º
Lukla - Katmandu Vôo para Katmandu
20º
Katmandu - Baktapur Visita a Baktapur, cidade situada a 20 quilômetros de Katmandu  Post
21º
Katmandu - Doha - São Paulo Trânsito

Aclimatação

Um dos maiores desafios para o trekking ao Acampamento-Base do Everest é o processo de adaptação à altitude. Duas regras de ouro devem ser respeitadas para evitar ou minimizar os problemas do Mal de Altitude: caminhar lentamente e tomar muita água.




No primeiro caso, a idéia é expor o corpo gradualmente, de modo que as reações fisiológicas de compensação possam funcionar adequadamente. Uma das práticas mais utilizadas é subir em um ponto mais alto do que aquele em que dormimos. Fizemos isso algumas vezes no trekking. Subir em ritmo mais lento também ajuda.

A necessidade de hidratação, em maior volume do que o que estamos acostumados em caminhadas em baixa altitude, é necessária para compensar a perda pela respiração no ar mais seco e para reduzir a viscosidade do sangue (uma das compensações fisiológicas é o aumento na produção de hemácias), facilitando a perfusão do sangue a todas as extremidades.

O perfil altimétrico aproximado do trekking ao Acampamento-Base está apresentado na figura abaixo:



31 comentários:

  1. Gostei dessa morena do megafone!

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    1. Pois é, mas quando ocorre o 1º comentário ela some :) Obrigado pela visita

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  2. Ótimo ter lido a sua aventura até a base do Everest. Pretendo ir lá em pouco tempo. Obrigado pelas dicas, tudo de bom...

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    1. Obrigado pela visita, Fatro
      Se precisar de mais alguma informação, é só falar
      Abraços

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  3. Parabéns e obrigado pela matéria e pelos links! Esse nível de detalhamento é bem difícil de achar em português. Estou planejando a minha viagem para começo de 2017 e usarei o próximo ano para treinar.

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    1. Muito obrigado, Studio Trembala
      Se precisar trocar algumas idéias, é só falar
      Abraço
      Jodrian

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  4. Olá, muito bem descrito este relato, muito obrigado !!! sabe qual a mehor época de fazer a trilha do base camp ?

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    1. Muito obrigado,
      As melhores épocas são: final de março/início de abril e em outubro
      Abraço

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  5. Qual é distância real caminhando de Lukla até o primeiro acampamento perto do Everest? não é possível fazer dos 2.800 direto até 3.800 ou 4.300 metros ??

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    1. Sempre é possível ir mais rápido, porém isso reduz as chances de uma boa aclimatação. Ida e volta em torno de 140 Km

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  6. Qual a temperatura no campo base nos meses de abril, outubro e dezembro? Qual o mês para a visão mais bonita do Everest visto do campo base?

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    1. Joemar,
      Sinceramente, não tenho idéia de qual é a temperatura nos meses que você mencionou na pergunta. Mesmo durante nossa caminhada, não levei nenhum termômetro para monitorar. É claro que fez muito frio. A melhor visão do Everest não ocorre do Campo Base, mas do Kala Patthar, uma montanha que subimos no penúltimo dia e da qual dá para ver o por-do-sol. Na temporada de trekking e escalada (abril/maio) é possível ter uma excelente visão, mas tudo depende do tempo no dia. Pode estar totalmente limpo, como tivemos a sorte de ver ou coberto de nuvens. Nas montanhas, as condições meteorológicas mudam com rapidez.
      Abraço,
      Jodrian

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  7. boa noite jodrian
    gostaria de saber se há algum risco ir somente ao campo base conhecer passear e voltar? gostaria de saber se é perigoso. queria fazer esse passeio com minha namorada.
    att gustavo

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  8. Boa noite, Gustavo
    Sim, há riscos. O principal é a altitude, mas pode haver quedas e choques com animais de carga. Não é exatamente um passeio e exige um bom preparo físico (no pacote que fomos, são 10 dias de caminhada para ir e 5 para voltar). Não há registros de violência e o visual é fantástico. Estando com uma boa empresa como operadora, é possível fazer sem grandes problemas.
    Abraço e obrigado pela visita

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  9. Olaa!

    Gostaria de dar essa viagem incrível para o meu namorado, que é simplesmente apaixonado por montanhas, o Everest em especial! Gostaria de fazer a viagem com ele, pelo menos até o campo base, mas confesso que tenho muito medo de passar mal devido a minha respiração, me canso fácil e não sei se eu conseguiria, neste caso eu fazendo uma boa preparação, eu conseguiria viver essa experiência ao lado dele?
    Estou pesquisando muitas agencias e confesso que me sinto perdida, gostaria de algumas boas dicas para que eu possa fazer uma grande surpresa para ele!

    Obrigada desde já!
    Natália Oliveira

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    1. Olá, Natália
      Isso sim é que é um presente!!
      A caminhada até o acampamento base é fantástica e, como qualquer expedição com muitos dias de caminhada, requer um bom preparo físico. Não precisa se tornar uma atleta, mas é necessário condicionamento. Com antecedência, procure um programa de treinamento com fortalecimento muscular para pernas e uma boa dose de atividades aeróbicas, para fortalecer o lado cárdio-respiratório.
      Em alta montanha, o essencial é que a agência te dê a segurança de um bom programa de aclimatação, que é essencial. De nada adianta um bom preparo físico, se não houver tempo para o corpo se adaptar à altitude.
      Como você deve ter lido nos relatos, fizemos com a Morgado Expedições e não me arrependo de nada. Morgado é superexperiente como guia (já deve ter conduzido mais de 60 grupos nesta caminhada), além de ser médico de formação. Recomendo, sem dúvida.
      Fique à vontade para tirar mais dúvidas, se necessário
      Abraço e obrigado pela visita

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  10. Bom dia Jordrian ,gostaria de saber se é possível fazer a caminhada para o acampamento base sem outras visitas ,tipo chegar em Katmandu em um dia e logo após iniciar a caminhada de quantos dias faríamos issso.obrigado

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    1. Bom dia, José Mario
      A visita a Katmandu não é obrigatória, é claro, mas é muito interessante, levando em conta o aspecto cultural envolvido. É possível chegar em Katmandu e seguir para Lukla sem passar 2 ou 3 dias na cidade (verifique as opções de vôo entre Katmandu e Lukla e esteja ciente que, devido a condições do tempo, o Aeroporto Tenzing-Hillary em Lukla pode ficar fechado por um ou mais dias. Recomendo ter um plano B em relação à necessidade de ficar mais dias em Katmandu).
      Quanto aos dias de caminha em si, tenha em mente que o progresso em altitude requer uma boa aclimatação e isso leva tempo. É possível encurtar sim, mas isso poderia prejudicar a adaptação do corpo e trazer problemas ao participante. Como não é uma viagem barata, prefiro não arriscar as chances de chegar lá à custa de um ou dois dias a menos no percurso. É claro que isso é uma decisão pessoal e também depende das condições fisiológicas de cada um. Recomendo verificar diretamente com as operadoras quais são as opções de redução no tempo da viagem.
      Espero ter ajudado e obrigado pela visita ao blog
      Abraço

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  11. Olá! Gostaria de saber se em julho o campo base pode ser visitado e se é possível pernoitar lá. Muito obrigada :D

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  12. Bom dia ! Em dezembro de 2.017 vou ficar 10 dias na Índia e 10 dias no Nepal, e gostarias de saber qual é o lugar mais próximo de Kathmandu para avistar o Everest ? parece que do aeroporto de Lukla em dois dias de trekkimg chegando à Nanche dá para avistar, é isso mesmo ? Sou fotógrafo de natureza mas acho que não terei tempo de ir até o acampamento base, mas queria chegar em um ponto onde eu possa avistá-lo.

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  13. Gordo pode fazer essa subida? É sério

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    1. Samuca
      A questão não é ser gordo, mas o trekking exige um bom preparo físico. Com uma preparação adequada, é possível. Quanto melhor a resposta cardiovascular e muscular, mas facilidade e melhor o aproveitamento da aventura
      Abraço,
      Jodrian

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  14. A gente não pode passar a noite no acampamento base ? tem alguma lei ou regra que não possa fazer isso ? obrigado

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    1. Não é possível passar a noite, a menos que se pague a taxa de permissão para escalada, que é muito cara. Certamente não vale a pena.

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  15. Gostaria de saber valores? E apartir de que idade pode subir?

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    1. Os valores das expedições são definidos pelas operadoras. Não fiz um levantamento de outros gastos durante a viagem. Não sei, infelizmente, qual seria a idade mínima para subir, mas isso também pode ser verificado com a operadora.

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  16. Olá Jodrian, estou pesquisando pra fazer junto com meu pai a caminhada até a base do Everest e achei super interessante tudo que relatou aqui...
    Meu maior medo é em relação à adaptação com a altitude! Não fui a Machu Pichu ainda então nem de lá da pra tirar a base se sou ou não mais adaptável as condições! Existem meios de diminuir esses efeitos?!? No Peru tomam chá de coca entre outros... e lá?! Não tem nada q façam?! Nem um remedinho talvez?!
    E se vc fica de retardatário?! Como os guias fazem? Esperam? Alguém fica pra trás com vc pra ir num ritmo mais devagar?!? Sabe me informar essas coisas?!
    Obrigada!!

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    1. Olá, Barbara
      Obrigado pela visita e pelos comentários. Vamos lá:
      - A melhor estratégia para adaptação à altitude é dar tempo ao corpo para fazer as compensações fisiológicas necessárias. Isso é feito com uma programação de ascensão que seja paulatina, ou seja, ninguém irá do nível do mar a 5350m de uma vez. em nosso caso, levamos dez dias de caminhadas, o que foi suficiente. É claro que isso depende de cada organismo, mas um bom guia irá orientá-la corretamente. O chá de coca do Peru e Bolívia apenas atenua os efeitos mas não age efetivamente na aclimatação. Outra regra fundamental é tomar muita, muita água. Ajuda bastante. Em último caso (e sob orientação prévia de seu médico e do guia) pode-se tomar um medicamento chamado Diamox. Em casos mais graves, não outra solução senão descer.
      - As boas equipes de guias sempre mantém um profissional acompanhando as pessoas que vão em um ritmo mais lento. Ninguém fica para trás sozinho.

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  17. Oi Jodrian... Gosei muito do seu relato e diante disso surgiram duas perguntas...
    Estou querendo ir com meu pai... Que já fez diversas caminhadas por aí..Mas eu sou um zero à esquerda! Não sei tb quão sensível sou pra adaptação às altitudes... Nesses casos, eles não têm remédios ou Chas (como no Peru tem chá de coca) pra minimizar esses efeitos?!?
    E a segunda é... e se eu não conseguir acompanhar o grupo, ficar pra trás.. Como fazem?!? Tem um guia que fica pros retardatários?!? Ou não tá no ritmo fica pra trás e problema seu!! Rsss
    Valeu!!

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