Depois do “aquecimento” com o pedal em Havana, começamos nossa jornada pelas estradas de Cuba. Começamos bem cedo, ainda de madrugada, colocando as bikes no ônibus que nos levou de Havana até Sancti Spiritus. Deixamos malas e outros itens que não usaríamos na hospedagem e a partir de agora, tudo iria nos alforges.
Sonolentos, partimos com o amanhecer até chegarmos a um determinado ponto da rodovia, onde descemos, montamos os selins e pneu dianteiro (que são retirados para que as bikes caibam no bagageiro do ônibus) e finalmente começamos nossos percurso com destino à Banao, pela rodovia
Circuito Sur.
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Cláudia faz os ajustes na bike. |
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Grupo disposto e animado! |
Nosso companheiro constante, o calor forte, já mostrava que os trechos exigiriam persistência e determinação dos ciclistas, embora não fossem difíceis tecnicamente. Tudo certo. Afinal, o que é uma aventura sem dificuldades?
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Atravessando as cidades |
Almoçamos em Sancti Spiritus, uma das sete cidades fundadas pelos espanhóis em Cuba, que estava completando 500 anos de fundação.
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Praça em Sancti Spiritus |
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Pausa |
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Rosana aguarda a passagem do trem |
Voltamos para o asfalto e pedalamos até um trecho onde tínhamos que percorrer estradas de barro, parando aqui e ali nas sombras que encontrávamos. Claro, a trilha tinha mais algumas subidas e descidas. Cansado, desci várias vezes para seguir à pé, empurrando a bike. Era apenas o primeiro dia e senti a falta de um condicionamento mais adequado (
Mea culpa, prof. Batista ! não devia ter faltado a tantos encontros para treino!).
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Bikes na trilha. Foto de Angelike Silva |
Ao final da trilha, chegamos a uma hospedaria onde deixamos as bikes e material que não precisaríamos para o pernoite e encaramos mais aventuras.
Problema 1: de alguma forma, o pedal direito de minha bike folgou e o esforço fez com que o encaixe no pedivela fosse detonado. Um problema que resolveríamos no dia seguinte – e que relatarei no próximo post. Não percam!
Providências tomadas e caminhamos um pouco para um ótimo banho em uma pequena cachoeira próxima, que foi excelente para recuperar as energias, aliviando os músculos na água fria e na massagem com a queda d’água.
Problema 2: Rosana esqueceu o porta-cédulas na cintura e mergulhou com o passaporte! Tentou usar um secador de cabelo, mas - depois de tirar o excesso - o que resolveu foi intercalar folhas de guardanapo para absorver a água, substituindo-as de tempos em tempos. Alguns carimbos de entrada foram lavados, mas a identificação permaneceu legível e pôde ser usado na volta.
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Um banho de cachoeira renova ! Foto de Angelike Silva |
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Excelente! Foto de Angelike Silva |
Pena que tínhamos chegado mais tarde que o previsto e não pudemos curtir as águas por mais tempo. O desafio agora era subir por uma trilha, de aproximadamente 5 Km, com mais de 300m de desnível até o local onde passaríamos a noite. A idéia inicial era que todos subissem em mulas, entretanto, sem animais suficientes, os homens foram à pé.
Bueno, Hasta la vitória, Siempre !!
Duas preocupações: estava anoitecendo e o caminho tinha muita lama, devido às chuvas. Kuka e Álvaro sofreram por estar com sandálias e todos sentimos dificuldades com o terreno, improvisando galhos como bastões de caminhada para ajudar no equilíbrio. Com a intervenção de Rosana, que ia à frente, uma mula desceu com um dos vaqueiros que atuavam como guia e me apanhou no meio do caminho. Mais tarde, mais mulas foram ajudar os demais caminhantes.
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Mulas na chegada à Casa Darwin. Os pontos brancos são os reflexos pelo flash nas gotas de chuva
Foto de Rosana Freitas |
Ao final, todos cansados, com marcas de espinhos e plantas nas pernas, sujos de lama, mas contentes com a superação física do dia. Ainda havia mais um prêmio: um ótimo leitão e acompanhamentos da cozinha creola: arroz mouro e bananas fritas em forma de chips.
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Leitão aguardando para ser servido |
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Turma no jantar |
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Ao todo, 23 Km de pedal. |
Mais informações
Ficamos hospedados na Casa Darwin, toda em madeira, na Estação biológica “La Sabina”, a 620 metros de atitude. O local foi construído com o apoio da “Iniciativa Darwin do Reino Unido”, dentro da Reserva Ecológica Alturas de Banao. Veja mais informações neste link:
http://www.cybertruffle.org.uk/endfyf/banao.htm
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