sábado, 17 de dezembro de 2011

A importância dos guias (condutores) no Turismo de Aventura


Lendo o relato do Luiz Jr Fernandes, sobre a subida ao Vulcão Concépcion na Ilha de Ometepe, achei oportuna uma reflexão sobre a importância da contratação de guias experientes.

Quais as vantagens que temos com a contratação de um bom guia?

- Redução nos riscos: por definição, todo Turismo de Aventura envolve algum risco. Contudo, alguns riscos podem e devem ser reduzidos e aí, certamente, a figura do guia ganha importância ao indicar os melhores caminhos (função óbvia!), alertar quanto à questões sobre metereologia, segurança no trajeto, reconhecimento de condições perigosas envolvendo animais, plantas, etc.
- Adequação da logística: variáveis como horário de saída para caminhada em um trecho, local para acampamento, quantidade de água e comida a levar, tipo de roupas e equipamentos e outras podem ser melhor equacionadas com os conhecimentos específicos do guia experiente
- Apoio em situações de dificuldade: Um guia preparado poder ser fundamental na prestação de primeiros socorros, busca de auxílio, negociações com pessoas das comunidades, etc.
- Enriquecimento técnico-cultural: Conversando com os guias, podemos obter dicas e informações que não estão disponíveis em outras fontes. Saber daquela curiosidade ou lenda dos locais visitados, conhecer pessoas e costumes típicos e isso faz uma grande diferença na experiência da viagem.

A escolha e o pagamento pelos serviços

Um guia, preferencialmente, deveria ser um profissional capacitado e certificado para o exercício desta atividade (veja informações ao final deste artigo). Entretanto, em muitas localidades onde o Turismo de Aventura ainda não está suficientemente evoluído, não é fácil encontrar pessoas assim. Em qualquer caso, porém, haverá pessoas nativas que poderão fornecer um mínimo de orientação.

Obviamente, há a questão do pagamento e o respectivo receio, de haver exploração por parte de pessoas que não possuem uma postura ética compatível com a atividade. A experiência têm mostrado que algumas práticas ajudam o turista a evitar "roubadas" neste quesito:

- Busque informações com pessoas que já fizeram percursos/passeios semelhantes ao que você pretende fazer e pergunte especificamente sobre o guia contratado e o valor que foi pago na ocasião .
- Converse com o guia, perceba seu grau de conhecimento e experiência antes de contratá-lo.
- Negocie previamente os valores e discuta se haverá necessidade de quaisquer gastos adicionais no percurso.
- Se for compatível com as práticas adotadas no local, pague apenas no final dos serviços. Em alguns casos, é usual pagar um adiantamento.

Lembre-se também que contratar guias é obrigatório no caso de atividades em Parques Nacionais e também contribui com geração de renda e sustentabilidade dos destinos.

Bom senso

A atuação de um bom guia não tira sua responsabilidade pelo sucesso das atividades. Lembre-se de conferir informações, realizar sua própria preparação (que inclui equipamentos, um kit "perrengue", hidratação, kit de primeiros socorros, etc.).


Selecionei momentos que retratam a atuação de alguns guias que nos acompanharam em algumas aventuras:



O guia Léo Bosquez ajudando na travessia do Rio Ték, rumo ao Monte Roraima
Mariano, um dos guias na preleção inicial da Travessia Petrópolis-Teresópolis  Um guia e suas habilidades: "Pardal" preparando uma Guaca Mole (Vale do Pati)
O guia César "GPS" mostrando por onde ir nos Lençóis Maranhenses
Nossa guia Vitória mostrando o "caminho das pedras" no Canion dos Apertados
Guilherme montando a proteção com cordas na subida do Costão do Pão-de-Açúcar

Informações adicionais:

- No Brasil, a lei federal 8.623 de 28/01/1993 e o Decreto Federal 946 de 01/10/1993 regulamentam a Profissão de Guia de Turismo, que é dividida em 4 categorias: Guia Regional, Guia de Excursão Nacional, Guia de Excursão Internacional e Guia Especializado em Atrativo Turístico
- A Norma NBR 15285 traz as competências para os condutores de Turismo de Aventura (veja post)

4 comentários:

  1. Parabéns pela matéria pessoal! Temos que valorizar os profissionais que trabalham conosco!!

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    1. Obrigado!. Sem dúvida, os condutores são profissionais que merecem nossa valorização

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  2. Infelizmente, nos dias de hoje, a maioria das pessoas considera que viajar por conta própria significa reduzir ao máximo o custo da viagem, e acaba por não contratar guias locais ou serviços de agências receptivas, colocando em risco a segurança do passeio. Se nada de errado acontece, vira um relato de viagem bem sucedida, encorajando os demais a seguirem o mesmo caminho.

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    1. Concordo, Danilo. Em muitas situações, vale o ditado: "o barato sai caro"

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