quarta-feira, 4 de setembro de 2013

Aventuras no litoral sul do Rio Grande do Norte


Continuando nosso levantamento do Turismo de Aventura no Rio Grande do Norte, voltamos à Pipa para participar de um percurso, digamos multi-modal: Bike + Cavalgada + Caiaque. Sempre com a presença da natureza que encanta quem se dispõe a curtir o litoral sul do Estado.


Começando no pedal

Saí de Pipa com a orientação de Neto, da Trieb Club, por volta das 09:00. Como a maré estava cheia, alteramos a rota e fizemos o primeiro trecho pelas falésias – normalmente a ida é pela praia. Se o esforço para vencer algumas subidas e areias fazia o suor pingar no rosto, compensava com sobra a visão das paisagens ferruginosas das falésias talhadas pela erosão nas praias desertas. Motivo para parar e respirar fundo.

Pedalando em Pipa 3
Apreciando o visual da Praia das Minas
Pedalando em Pipa 1
Seguindo pelas falésias
Pedalando em Pipa 2
Encarando alguns trechos íngremes
Neste primeiro trecho, com 7,5 km de extensão e cerca de 1,5h de duração, o objetivo foi chegar ao restaurante Camarão na Fazenda, às margens do Rio Catu, em Sibaúma.

A comunidade de Sibaúma tem origem na fuga de um escravo, o “Leandro velho”, ancestral comum a algumas famílias tradicionais da região. Entratanto, conflitos sobre a regularização fundiária fazem com que muitos não se reconheçam como quilombolas. “É um assunto um tanto delicado”, me avisa Neto, enquanto pedalamos e conversamos. Saiba mais neste Link.

Chegado à fazenda Camarão
Atravessando o Rio Catu, na chegada ao Camarão da Fazenda

Cavalgada

Aguardamos a chegada dos cavalos, deixamos as bikes e cavalgamos por cerca de 3 km até chegar ao charmoso restaurante Porto Flor, do argentino Jorge Sendon, localizado às margens do Rio Catu, já no município de Vila Flor. A opção pela cavalgada, além de ser uma variação bacana no percurso, foi oportuna devido a trechos com muita areia fofa, o que dificultaria o percurso de bike.

Mapa
Mapa do percurso
Uma excelente moqueca de peixe, previamente reservada, foi logo servida e a vontade era ficar balançando em uma das redes disponíveis. Mas, as marés são soberanas e ditam quando as atividades devem ser realizadas. A digestão ficou por conta das remadas no caiaque.

Cavalgada 2
Neto, no início da cavalgada
Cavalgada 1
Paisagens rurais no percurso
Restaurante 2
Visão do restaurante Porto Flor
Restaurante 1
Charme rústico

Descendo de caiaque

Logo no início, aprendi outra lição: escolha o caiaque de acordo com seu tamanho. Começamos com um caiaque menor, que se revelou muito instável. Certamente eu não teria conseguido se tivesse permanecido com ele. Neto solicitou outro maior e aí foi só pegar o jeito das remadas e manobras.

Meu guia me explica que o nome Catu vem do Tupi e significa belo ou bonito. E é fácil perceber o por quê: águas escuras, margeadas por muitas plantas aquáticas, em meio a porções de Mata Atlântica, em contraste com a aridez das falésias do caminho. Diversas espécies de pássaros também dão seus vôos rasantes, atraindo a atenção e tornando a atividade ainda mais interessante.

Preparando os caiaques no Rio Catu
Preparação dos caiaques
O sentido da correnteza facilitava e não exigia remadas vigorosas, mas ao mesmo tempo cobrava mais controle sobre a direção dos caiaques, principalmente nos vários momentos em que passamos por baixo de galhos, que formam pequenos túneis.

Devo confessar o que as fotos não mostram: me enrosquei algumas vezes na vegetação. Além da falta de prática, os remos duplos dificultam a passagem por alguns trechos. Acredito que remos simples seriam mais apropriados. As fotos a seguir foram feitas por Neto:

Caiaque no Rio Catu 2
Águas tranquilas
Caranguejo
Um pequeno aratu observa os remadores
Rio Catu 2
Plantas aquáticas embelezam as margens
Caiaque no Rio Catu 3
Em vários pontos, temos que manter o controle do caiaque enquanto nos desviamos dos obstáculos
Caiaque no Rio Catu 1

Pedalando de volta

No final do percurso, depois de uns 50 minutos de remadas, voltamos ao local onde deixamos as bikes e o Jorge já nos esperava para recolher os caiaques. Voltamos a pedalar, mas desta vez aproveitando a maré baixa, no sentido Sibaúma-Pipa.

Pedalando em Sibaúma
Chegando à Foz do Rio Catu
Pedalando em Sibaúma 2
A praia forma várias piscinas naturais na maré baixa

Dicas e Orientações


-  As atividades exigem proteção solar. Use camisas leves de manga comprida e não esqueça do protetor e dos óculos de sol.
- Para o trajeto de bike, consulte a condição do percurso e das marés.
- Hidrate-se
- Apesar do percurso ser curto, convém utilizar calças compridas durante a cavalgada
- Não é preciso ser um atleta, mas um mínimo de preparo físico é necessário
- Nos trechos entre as praias do Chapadão, Minas e Sibaúma, ocorre a desova de tartarugas-de-pente (Eretmochelys imbricata) e não é permitido transitar com veículos na areia.
- Quem opera: Trieb Club

Nota: Este post foi feito aproveitando o trabalho que nossa empresa de consultoria está realizando para o SEBRAE-RN. O contrato não requer a publicação de artigos de divulgação, que estamos fazendo voluntariamente.

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