O traumatismo cranioencefálico representa um dos mais sérios traumas que um praticante de atividade de aventura pode sofrer em decorrência de acidentes, com risco de morte ou seqüelas graves.
Levando em conta que o atendimento em áreas remotas é geralmente difícil e lento, a prevenção assume um papel importantíssimo. Realizar as atividades dentro dos padrões recomendados de segurança é a principal postura a ser adotada. Atitudes imprudentes podem custar alto.
Como barreira adicional (e necessária) à prevenção, todo turista de aventuras precisa utilizar a proteção apropriada, o que inclui uma gama de equipamentos, entre os quais o tema deste post: os capacetes.
Entretanto, para permitir uma proteção mais efetiva, os capacetes precisam ser adequados aos impactos específicos que os praticantes estão potencialmente sujeitos em cada modalidade. Assim, embora algumas características sejam comuns (conforto, leveza, etc.), usar um único capacete para todas atividades não é a melhor opção. Entenda melhor:
Técnicas verticais
Quando precisamos vencer obstáculos verticais, que ocorrem em atividades tais como: escalada, rapel, arvorismo, cannyoning e espeleologia, o capacete tem como função principal a proteção contra pedras, galhos ou equipamentos que possam cair de um ponto acima do praticante e contra batidas em trechos de teto rochosos ou outros obstáculos.As certificações de capacetes para técnicas verticais são realizadas pela norma EN 12492, utilizadas pela União Internacional das Associações de Alpinismo (UIAA) e Comunidade Européia (CE):
Marcas da certificação UIAA |
Características desejáveis:
- Ter uma cor vibrante (laranja, vermelho ou amarelo). A idéia é que você possa ser visto com facilidade.
- Possuir presilhas que facilitem a fixação de lanterna de cabeça
Ciclismo
Nesta atividade, o potencial de danos mais comum decorre de quedas dos ciclistas, com projeção do corpo ao solo ou contra obstáculos. Embora a velocidade não seja um requisito para alguns percursos, é comum capacetes com formatos aerodinâmicos, além do design arrojado e dos grafismos coloridos, onde o estilo se torna um diferencial a mais.As certificações de capacetes para ciclismo são realizadas pelas seguintes normas:
Normas | |
Comunidade Européia (CE) | EN 1078 |
American Society for Testing and Materials (ASTM) | ASTM F1447 ASTM F1952 (Down Hill) |
A EN 1078 inclui a verificação de resistência a choques com uso de acelerômetro para avaliar o impacto transmitido, resistência à retirada indevida do capacete, campo de visão, etc.
Características desejáveis:
- Boa ventilação
- Boa aerodinâmica
- Possibilidade de ajuste, parte traseira, para que se adapte perfeitamente à cabeça
- Forro removível e lavável
Atividades Off road (Motocicleta e Quadriciclo)
No Brasil, o tipo de capacete a ser utilizado em veículos motorizados (motocicleta, motoneta, ciclomotor, triciclo motorizado equadriciclo motorizado) é regulamentado pela Resolução Contran 203 de 29/09/2006 e suas alterações posteriores:Art. 1º § 2º O capacete tem de estar certificado por organismo acreditado pelo Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial – INMETRO, de acordo com regulamento de avaliação da conformidade por ele aprovado.
Dentre as exigências, estão:
- O capacete deve estar devidamente afixado à cabeça pelo conjunto formado pela cinta jugular eengate, por debaixo do maxilar inferior - Art. 1º
- O capacete deve possuir, nas partes traseiras e laterais, dispositivo refletivo
de segurança - Art. 2º - Deve possuir selo de identificação de certificação regulamentado pelo INMETRO - Art. 2º
- O capacete deve possuir viseira ou, na ausência desta, óculos de proteção (não servem óculos de sol, óculos corretivos ou de segurança do trabalho de forma singular) – Art. 3º
A norma utilizada como base para a certificação compulsória do INMETRO é a NBR ABNT 7471 (Capacete para condutores e passageiros de motocicletas e similares). Se quiser conhecer mais detalhes técnicos sobre a certificação, consulte a Portaria Inmetro n.º 456, de 01 de dezembro de 2010 neste Link
Fonte: blog "Almanaque do IPEM-SP" - Autor: Pedro Luiz Montini Reproduzido com autorização |
Ski e Snowboard
Nestas atividades, as quedas ou choque contra obstáculos em velocidade são o mecanismo de injúria mais freqüente e a proteção lateral na área das orelhas é importante .
As certificações de capacetes para Ski e Snowboard são realizadas pelas seguintes normas:
Normas | |
Comunidade Européia (CE) | EN 1077 |
American Society for Testing and Materials (ASTM) | ASTM F2040 |
Características desejáveis:
- Facilidade de utilizar os óculos de proteção (googles) com o capacete, através de presilhas ou encaixes
Cavalgada
O principal risco durante esta atividade é a queda do cavalo, com potenciais danos devido ao choque contra o chão e obstáculos ou ainda se houver pisões acidentais do animal . Os capacetes procuram minimizar estes danos, protegendo uma área maior da cabeça e, particularmente na base do crânio.
Aqui, a aerodinâmica não tem maior importância e o estilo mais comum tem origem nos chapéus ingleses na caça à raposa (English hunt cap).
Normas | |
Comunidade Européia (CE) | EN 1384 |
American Society for Testing and Materials (ASTM) | ASTM F1163 |
Orientações gerais
- Verifique regularmente o capacete e identifique se há fissuras, rachaduras ou outros pontos de fragilidade que possam levar à descontinuidade do uso.
- É altamente recomendável substituir um capacete que tenha recebido um forte impacto
- Este texto não trata de capacetes para competições.
- Alguns fabricantes estão produzindo equipamentos que atendem a diferentes normas e (apenas assim) podem ser utilizados em diferentes modalidades. Exemplos: o modelo Scarab, fabricado pela Kong que atende a normas para técnicas verticais, mountain bike, esportes aquáticos e equitação e o modelo Trilogy da Cébé, aprovado para ski, moutain bike e técnicas verticais.
gostaria muito de saber quais os capacetes ideais para esportes náuticos, e em especial os de velocidade.Acredito que devam ser resistentes, flutuarem e terem forro e presilhas em tecido .Obrigado
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