AventuraMango: Caminhada Natal-Caicó 2ª parte

Chegada à São Pedro

No 2º dia de caminhada, acordamos cedo, por volta das 04:00 e começamos os preparativos para seguir viagem, revezando entre os sete participantes o único banheiro da casa. Tomamos café, preparamos sanduíches e lanches com o jantar da véspera e saímos às 05:45 com o privilégio de ver o Sol em suas primeiras luzes. As roupas lavadas no dia anterior seguiam por fora das mochilas, secando ao sol.

A animação continuou boa no grupo, mesmo com algumas sequelas nos pés de colegas que precisaram de um cuidado maior. Mas, afinal, tínhamos apenas começado a jornada e a expectativa do muito que ainda teríamos para viver superava as dificuldades iniciais.

Início da caminhada, na saída de Macaíba

Nosso destino do dia foi a cidade de São Pedro, em um percurso um pouco menor que o dia anterior: 25 Km. Seguimos pela área de terra que margeia a Reta Tabajara, mas logo tomamos a BR 304, sentido Natal - Mossoró, por um longo trecho no acostamento da rodovia, o que não é exatamente agradável, considerando a velocidade com a qual os carros passam. O calor absorvido pelo asfalto também aumenta a sensação térmica, de forma que não víamos a hora de seguir por trilhas.

Em cada parada, a procura de uma boa sombra

Uma boa surpresa: o Cabo Dantas, que vinha de uma fiscalização pelo Exército Brasileiro, nos encontra na BR-304

Pouco antes da BR-304 cruzar o Rio Potengi, paramos para pedir informações em um casa próxima, que gentilmente nos abasteceu de água gelada - prática frequente durante todos os dias de caminhada.

As informações nos deram duas opções e resolvemos entrar na trilha logo ao lado da ponte, passando por uma propriedade privada em um percurso que não havia sido mapeado por carro. Em termos de orientação, não havia muita dificuldade, uma vez que seguia as margens do Rio Potengi. O maior rio do Estado, neste ponto, ainda não apresenta um grande volume de água e não guarda nenhuma semelhança com as imagens turísticas de sua foz, guardada pelo Forte dos Reis Magos.

Caminhando pelo leito do Rio Potengi

Encontramos algumas pessoas no início da trilha e ficamos com um certo receio pelo fato de estarmos de passagem por uma área privada, pedimos mais algumas informações e seguimos adiante, por uma parte seca do leito do rio. Percebemos que não conseguiríamos avançar muito e subi as margens para localizar uma estrada. Novo percurso e caminhamos até a Fazenda São Vicente.

Entramos e pedimos permissão ao Seu Chico Vaqueiro para passar e descansar um pouco. A permissão não só nos foi dada como o cordial vaqueiro nos arrumou uma varanda com uma mesa e cadeira onde pudemos almoçar os lanches que havíamos trazido. Barriga cheia e deitamos no chão para um merecido descanso, após mais de 6 horas de caminhada. Começávamos a ter os benefícios da ótima hospitalidade sertaneja que nos acompanharia durante toda a aventura.

Chico Vaqueiro, de camisa azul à direita na foto, observa a chegada de Moab

Jacqueline (Foto de Rosana Soares)

Fazenda São Vicente

Mesa disponível para o almoço
(Foto de Rosana Soares)

E varanda para descanso

Com o corpo querendo ficar mais tempo na varanda e com o Sol ainda forte, arrumamos as coisas, abastecemos as garrafas com água gelada fornecida por Chico Vaqueiro e seguimos adiante, por belas paisagens rurais. Considero que o trecho entre a Fazenda São Vicente e a cidade de São Pedro foi um dos mais bonitos da viagem, onde as paisagens rurais predominam.

Belos caminhos no interior do Rio Grande do Norte

Jodrian, próximo à chegada em São Pedro
(Foto de Rosana Soares)

Caminhos no interior

As sombras são aproveitadas por todos
(Foto de Rosana Soares)

Chegamos a nosso destino do dia por volta das 15:00 e fomos para a padaria, cuja proprietária era também a dona da casa onde nos hospedaríamos. O ponto pitoresco foi que Rosana encontrou uma ex-namorada do pai dela, com 84 anos. Muitas risadas para amenizar o cansaço. Aliás, 3 coisas foram inevitáveis nestes 10 dias: Sol, calos e muitas risadas.