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Rossana e Rosana. Lá no horizonte, as montanhas nevadas |
No 3º dia de caminhada, conseguimos combinar com os responsáveis pela Pousada El Caminante para abrir mais cedo, de modo que não demorássemos muito a sair e assim foi feito: conseguimos tomar o café às 07:30 (com o nascer do sol) e sair por volta das 08:15.
O desafio do dia estava muito claro: vencer uma grande altimetria acumulada e a distância que continuaria em torno dos 30 Km. Nosso destino seria a pequena e muito simpática cidade de El Acebo, com passagem pela famosa Cruz de Ferro.
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Café da manhã: suco de laranja, café com leite e tostada com tomate e azeite. |
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Foto de Rosana Soares |
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Companhia do visual das montanhas |
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Subida em meio às árvores com poucas folhas. |
Naquele momento, pareceu uma boa opção, com um ótimo menu a preços razoáveis. Contudo, não previmos o efeito fisiológico de voltar a caminhar com a barriga cheia, o que gerou algum desconforto e prejudicou o ritmo, justo quando o aclive se acentua. Lição aprendida.
Subimos o Monte Irago até chegar à altitude de 1530m, onde se localiza um dos monumentos mais emblemáticos do Caminho: a Cruz de Ferro. A Cruz, em si, é pequena, mas fica no alto de um poste de carvalho com 7 metros de altura, sobre uma base de pedras que vai aumentando a cada dia, resultado do aporte de mais pedras trazidas pelos caminhantes e depositadas ali, junto às suas orações.
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Marcos e Rosana na base da Cruz |
Neste ponto, nosso estoque de água estava praticamente zerado. Esperávamos reabastecer em algum ponto na área da Cruz de Ferro mas, se existia, não encontramos. Seguimos na esperança de hidratar mais à frente. Na verdade, até que vimos água, mas água congelada - provavelmente resultado do frio intenso na madrugada anterior àquela altitude.
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Gelo no caminho |
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Filtrando água no Caminho |
A hidratação estava resolvida, mas ainda havia muito caminho (e desníveis) a percorrer. Vamos em frente! Encontramos outro ponto icônico do percurso: O Albergue Templário de Manjarínum, situado ao lado da rodovia. Não entramos, tanto pelo tempo escasso que tínhamos quanto pela ameaça dos cães de guarda que estavam soltos. Por fora, é uma curiosa profusão de placas, bandeiras e outras coisas e é gerenciado por caminhante que passou a morar por lá e se veste de templário.
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Entrada do local |
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Marcos e Rossana e a trilha com muitas pedras soltas. Foto de Rosana Soares |
O tempo foi passando e começávamos a ficar preocupados com a hora de chegada, a ponto de deixarmos as lanternas em acesso fácil. El Acebo (que fica continua na descida) simplesmente não aparecia na frente. As placas indicativas das opções de hospedagem anunciavam, entretanto, que não faltava muito.
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Um entardecer belíssimo animou a chegada |
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Merece uma pausa para fotografia |
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Próximo a El Acebo. A trilha continua com pedras soltas, mas já se avista a cidade lá embaixo. |
Excelente opção! A pousada é pequena (com apenas 3 quartos), mas muito aconchegante. Quartos privativos com cama super confortável, chuveiro com hidromassagem vertical e uma pequena loja no piso térreo, para que se comprar alguns itens de alimentação e outros suprimentos, tudo a preços bem razoáveis. Sem contar a simpatia e hospitalidade dos responsáveis - um americano e duas australianas (infelizmente não anotei seus nomes). Simplesmente era tudo que precisávamos.
Ficamos no primeiro andar, que tem um espaço comum com frigobar, cafeteira, pia, mesa, poltrona e utensílios de cozinha à disposição dos hóspedes. Sem disposição para sair e procurar um restaurante, compramos salame, queijo, pão, vinho e cerveja e utilizamos o confortável espaço comum para repor algumas calorias e comemorar o final da 3ª e desafiante etapa. Ultreya!!
Percurso do dia:
29,5 Km em quase 12h de caminhada! (Nota: O Strava gerou algum erro no momento da sincronização e "inflacionou" a distância para 31,4 Km).
Outros posts da série
Caminho de Santiago – Leon-Compostela - 1ª parteCaminho de Santiago – Leon-Compostela - 2ª parte
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