Relatos da rota portuguesa: Parte 1 e Parte 2
Chegada a León
Saímos de Recife, no calor sufocante do início de março, com escala em Salvador e daí por vôo da Air Europa com destino a Madri. De início, nossa preocupação era com o horário de chegada e o tempo que teríamos para tomar o trem até León. A pequena demora na autorização para pouso no Aeroporto de Barajas foi compensada com a liberação extremamente rápida na imigração.
Chegar ao aeroporto era apenas o começo. Após uma rápida consulta ao balcão de informações, tomamos o transfer para o Terminal 4, imprimimos o ticket para o Tren de Cercanías (trem suburbano) que nos levou até a estação de Chamartín, de onde finalmente partimos para León – e ainda deu tempo para almoçar antes de partir.
A viagem entre Madri e León durou cerca de duas horas e vinte minutos e fomos recepcionados por uma chuva leve, mas contínua que nos obrigou a estrear os ponchos enquanto caminhávamos para descobrir onde ficava a pousada que havíamos reservado. Entre indas e vindas, paramos para comprar um chip para uso local do celular e seguir através do Google Maps. A decisão de comprar o chip se revelaria fundamental para conseguir nossas hospedagens ao longo do caminho, como revelaremos nos capítulos seguintes.
Pose na chuva 1. Foto de Marcos Costa |
Pose na chuva 2. Foto de Marcos Costa |
Chegamos à Hospederia Rincón de León, fizemos o check-in e fomos informados das opções locais em um bombardeio de sugestões pelo responsável. Nos instalamos e saímos para comer. Acabamos em uma das opções sugeridas – o bar Las Tapas, onde uma cerveja acompanhava um tiragosto (tapa em espanhol) por 2,25 euros. Bom começo.
Ao voltar para a pousada, mais algumas tarefas que se tornariam rotina no caminho: lavar peças de roupa e arrumar a mochila.
León – Hospital de Órbigo (39 Km)
Iniciamos o caminho.Saímos por volta das 07:20, ainda amanhecendo, para tomar el desayuno em um hotel próximo e daí seguir para a bela Catedral de León onde começaríamos a nos orientar para famosas setas amarelas. Percorremos um bom trecho dentro da cidade de León, observando as pessoas seguindo para sua vida cotidiana.
Marcos, Rossana e Rosana em frente à Catedral de León |
Siga a seta. Foto de Rosana Soares |
Foto da placa com indicação do caminho alternativo |
Caminhamos com alternância entre trechos rurais e pequenas cidades (Oncina de la Valdoncina, Chozas de Abajo, Villar de Marzarife). Na maior parte do tempo, havia ameaça de chuva, mas apenas o vento frio e as paisagens nos faziam boa companhia.
Em um destes povoados, paramos para comer , com direito a café e chocolate quente, graças às garrafas térmicas e insumos levados por Marcos e Rossana. Ótimo para repor as energias e o ânimo.
Café no caminho, Foto de Marcos Costa
Seguimos adelante. No caminho alternativo, tínhamos a expectativa de dormir em Villavante, onde haviam duas opções de hospedagem. Pouco antes de chegar na cidade, uma chuva fina nos apanhou, apenas para deixar o corpo úmido e aumentar a sensação de frio (ou para testar a persistência dos caminhantes logo no 1º dia). Ok, sem problemas. Já avistávamos as sinalizações da primeira hospedagem (Albergue Santa Lucia) e logo estaríamos aquecidos. Ledo engano: cerrado era o que nos dizia a placa na porta.
Partimos para a segunda opção – uma pousada no estilo Turismo Rural. Marcos caminhou na frente e foi atendido pelo proprietário. Sem chance – também não estavam recebendo hóspedes. Ducha de água fria, se é que já não estávamos frios o bastante. Para compensar, o casal responsável nos convidou para tomar um café. Aceitamos de imediato e saboreamos um cafezinho com bolachas com canela. Foi o suficiente para encarar mais 3,5 Km até a cidade de Hospital de Órbigo, tanto que recusamos a gentil oferta de D. Mercedes que queria nos levar de carro até lá. Ficamos agradecidos pela acolhida temporária e quem sabe uma próxima ocasião nos hospedamos lá: Hotel Molino Galochas.
Percorremos os últimos quilômetros com a luz do dia já chegando ao final e, com auxílio do Google Maps e de informações colhidas por Rosana, finalmente chegamos ao hotel El Paso Honroso no início da noite. Ufa !! começamos prá valer. Jantamos um menu de salada de batatas, carne e batatas fritas, acompanhado de vinho no restaurante do próprio hotel e descansamos merecidamente. Dica:Nosso amigo Batista nos deu a dica de levar uma bolinha de frescobol e usá-la para massagear os pés cansados. Funcionou perfeitamente!!Nota: A dificuldade de conseguir hospedagem é comum no mês de março, uma vez que a “temporada” começa a partir de abril. É importante programar reservas ou verificar previamente. Vivemos este aprendizado ao longo do caminho. Acompanhem as próximas postagens. Utreya!! Outros posts da série |
O Caminho é feito de desafios e superação. 👏👏👏👏
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