quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

Travessia Petrópolis - Teresópolis

Estávamos próximos do feriado do dia 07 de setembro de 2010 e decidimos fazer alguma atividade de aventura. Pesquisadas as opções, resolvemos tentar a travessia Petrópolis-Teresópolis.

Mantivemos contatos com a empresa Trilhas do Rio (http://www.trilhasdorio.com.br/), verificamos as informações do pacote mas não havia vagas. Bom, quem manda decidir as coisas em cima da hora. Já estávamos desistindo e um dia antes da data que teríamos que viajar, vem a confirmação das vagas. Correria para comprar equipamentos que faltavam e para resolver pendências de trabalho e de estudo (no caso de Yan).

Chegamos ao Rio de Janeiro na sexta e a partida estava programada para o sábado (04/09/2010). Ficamos no apartamento de Sara, grande amiga de Rosana e aprontamos tudo na noite anterior. Sábia decisão: o alarme do celular não tocou e quase perdemos a saída da van. Fora o stress, gostei da pontualidade do pessoal, mais um sinal de profissionalismo da empresa, como pudemos constatar ao longo de todo o pacote.

Ok, rumamos com destino à entrada do Parque Nacional da Serra dos Órgãos, tivemos o briefing com o experiente guia Mariano e com o guia da Trilhas do Rio - Hércules, que nos acompanhariam durante a travessia, fizemos um alongamento e resolvidas as formalidades de entrada no Parque, iniciamos o percurso.

A travessia Petrópolis-Teresópolis é certamente uma das mais tradicionais do Brasil e é exigente em termos de preparo físico. O percurso tem em torno de 30 km de extensão e foi realizado em 3 dias (veja a descrição detalhada da travessia no site http://www4.icmbio.gov.br/parnaso/index.php?id_menu=75):

1o. dia (04/09/2010) - Saímos da entrada do Parque, localizado no Bairro Bonfim, em Petrópolis com destino ao primeiro ponto de acampamento, chamado de Castelos do Açu. O trecho não é muito longo, mas tem uma boa variação de altitude, saindo de cerca de 1.100m de altitude e chegando a 2.245m na Pedra do Açú. A dificuldade foi acentuada porque a época seca não reservava muitos pontos de abastecimento de água. Daí, tivemos que levar um peso maior nas mochilas, algo em torno de 4,5 litros de água cada um. Como também não reservamos um carregador pessoal, levei uma das mochilas de Rosana, aumentando o peso e prejudicando o equilíbrio na caminhada, algo que desaconselho com certeza.

Acampamento nos Castelos do Açu

Desde o início da trilha o visual é muito bonito. Neste dia o ponto mais exigiente foi a chamada subida da Isabeloca - supostamente a Princesa Isabel passou neste local. Chegamos no início da noite, o que não é muito legal, pois aumenta o risco de acidentes. As barracas já estavam montadas pela equipe de carregadores da empresa e o clima um pouquinho frio, mas nada exagerado.

Comida liofilizada.
É só acrescentar água quente

Ficamos eu, Rosana e Yan em uma barraca e após a higiene pessoal feita com lenços umedecidos, já que não havia pontos para banho, curtimos um pouco o visual noturno com as luzes do Rio de Janeiro lá embaixo e jantamos pela primeira vez um menu à base de comida liofilizada - prático e saboroso.



 2o. dia (05/09/2010) - O trecho deste dia foi o maior e mais exigente. Saímos dos Castelos do Açu e terminamos na área de camping da Pedra do Sino.

Trilha com nuvens. Yan, Jodrian e Rosana

Este trecho é o mais exaustivo, alternando diversas subidas e descidas, além de pontos mais técnicos como o "elevador", que é uma escada de degraus de ferro encravados na rocha e que exige equilibrio e fôlego e também o chamado "cavalinho", trecho mais perigoso e exigente, já próximo ao final do percurso do dia, onde fazemos a subida com o apoio de cordas. Quando chegamos a este ponto, mais uma vez já estava escuro.


Descidas em rochas
Passamos pela Pedra do Sino já à noite e cheguei extremamente cansado no acampamento, a ponto de "desabar" na barraca e ter até um príncípio de hipotermia, resultado da combinação de falta de preparo físico, alimentação inadequada (porque optei por um pequeno lanche na hora em que paramos para almoçar) e peso excessivo. Os cuidados de Rosana e Yan me fizeram recuperar bem. Lição aprendida.


 3o. dia (06/09/2010) - O último dia foi praticamente só descida. Saímos do acompamento e tomamos a trilha que leva até a Sede do Parque em Teresópolis, passando por áreas de mata. O trecho é relativamente suave, mas um tanto monótono, se comparado aos dias anteriores. Devido ao tempo seco, uma das atrações deste trecho, a cachoeira Véu da Noiva de Teresópolis não estava tão bonita.

Alguns dados da travessia:

- A primeira Travessia Petrópolis-Teresópolis foi realizada em 1932, por membros do CEB (Centro Excursionista Brasileiro)
- O ponto culminante é a Pedra do Sino, com 2.263m
- A travessia tem cerca de 30km de extensão
- É necessária a presença de guia experiente, principalmente no trecho entre os Castelos do Açú e a Pedra do Sino.

4 comentários:

  1. Muito boa sua matéria da travessia do Parnaso. Ainda não tive a oportunidade. Sou bombeiro e montanhista e não pude deixar de perceber que não havia um kit de primeiros socorros(visível) junto ao grupo. Vai aí uma sugestão de um cara que venda na net: comprei e não me arrependo!
    http://produto.mercadolivre.com.br/MLB-201744528-bolsa-kit-primeiros-socorros-bombeiros-samu-escoteiros-air-_JM

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  2. Sérgio,
    É uma travessia que vale muito a pena. Quanto ao kit de primeiros socorros, eu sou socorrista e sempre levo um bem completo comigo, que não fica visível, mas está em fácil acesso.
    Obrigado pela visita e comentários

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  3. Olá Jodrian,
    Estive recentemente no Parnaso e lhe informo que a trilha encontra-se atualmente bem sinalizada, inclusive com setas metálicas parafusadas nas rochas, especialmente na saída da Isabeloca e nos trechos de lajeados entre o Açu e o Sino. Isto foi importante, porque era comum nesses pontos alguns aventureiros se perderem, devido ao intenso e comum "ruço".
    Ademais, tudo continua lá, uma lindeza só!
    Parabéns pelo Blog, abs

    Francisco Cardoso - www.chicotrekking.blogspot.com.br

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    1. Francisco,
      Obrigado pela visita e pelas informações. Ótima providência para facilitar a vida dos trekkers. A área que você mencionou é propícia a enganos de orientação.
      Abraço !

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