Turismo e Fotografia: algumas reflexões

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Turistas fotografando o Por-do-Sol em Zanzibar

Este post foi inspirado por dois motivos: Hoje, 8 de janeiro, é uma das datas alusivas à fotografia (Dia Nacional do Fotógrafo) e uma frase que os Nerds Viajantes postaram hoje no Facebook: “Todo viajante tem um pouco de fotógrafo!”.

É um fato! Desde que as máquinas se tornaram práticas o suficiente para serem carregadas por aí, incluímos esse equipamento como parte indispensável na tralha de viagem. De tão forte esta associação, a máquina fotográfica pendurada no pescoço (junto com a camisa florida ??) faz parte do estereótipo do turista.



O aparecimento e aperfeiçoamento dos smartphones e dos programas de edição no próprio celular, aliados às redes sociais, em especial aquelas dedicadas às imagens (como o instagram, que ontem registrava quase 46 milhões de usuários ativos no mês) ampliou exponencialmente as possibilidades na arte de clicar uma paisagem, uma atração turística ou nós mesmos.

Por-do-Sol em Zanzibar

Ao mesmo tempo que ficou mais fácil fotografar, os turistas-com-pretensão-a-fotógrafos (como este que vos escreve) sentem-se estimulados a aprimorar suas técnicas. Afinal, aliado ao desejo de conhecer melhor as técnicas básicas, soma-se a necessidade de contornar as dificuldades da fotografia de campo (com muitos elementos que não estão sob nosso controle) e o tempo limitado que temos nas viagens. E aí o turismo-fotografia vai ficando cada vez mais entrelaçado, a ponto de ajustar horários e roteiros às exigências da melhor luz ou ângulo para fotografar.

Mas, o que nos motiva? carregar lembranças e poder revisitá-las quando tiver saudades? poder dizer para os amigos: “estivemos lá” e ao mesmo tempo, tentar reproduzir um pouco das experiências vividas? Divulgar destinos? Usar a fotografia como (bom) pretexto para viajar? desenvolver a percepção estética? Talvez, de tudo um pouco.

Há, é claro, uma “tensão sempre existente entre fotografar e vivenciar uma viagem” (leia o artigo de Daniel Duclos, com dicas para fotos de viagem). Ampliando um pouco mais, há uma tensão permanente entre a ânsia de compartilhar e a abstração necessária para aproveitar e viver os momentos da viagem. É preciso esforço consciente para equilibrar isso (que o digam os blogueiros de viagem).

Adventure Bloggers em ação

Rosana clicando os animais na
Cratera do Ngorongoro

Também é bom lembrar que a fotografia vai além do simples registro. Também tem conseqüências, que são particularmente importantes para que escreve sobre turismo:“As fotografias podem motivar ou desmotivar a demanda, no sentido de que o turista irá  decidir-se por visitar ou não uma localidade em função da imagem que este destino turístico possuir. As fotografias criam, portanto, um conjunto de expectativas e percepções de uma provável viagem para uma localidade desejada” (link para o artigo).


Vale a leitura:
- “A motivação da fotografia é mesmo o registro? Penso que não” – Artigo de Ivan de Almeida (link)
- "Fotografia de viagem: beleza nos olhos de quem vê" - Artigo de Mari Campos (link)

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