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Primeiras visões das Torres |
As opções de horários para os ônibus que fazem o trajeto de El Calafate (Argentina) a Puerto Natales (Chile) não nos deixaram muitas opções. Ou partíamos no dia anterior (como fizeram os Nerds Viajantes) ou arriscávamos sair às 08:30 da manhã e torcer para chegar a tempo de apanhar o ônibus que saía às 14:30 - apenas neste horário – de Puerto Natales para o Parque Nacional de Torres Del Paine.
Em tese, seria possível. Daí, optamos por sair de El Calafate no mesmo dia, aproveitando o dia anterior para o minitrekking. Deixamos o excesso de bagagem em El Calafate, no simpático
Hostal Schilling. Providência necessária, uma vez que toda a bagagem teria que ser transportada nas mochilas.
O problema é que no meio do caminho, após uma 3,5 horas de viagem, há os postos de imigração. Não tivemos sorte. Por questão de uns 5 minutos, outro ônibus chegou primeiro à imigração na saída da Argentina e aí perdemos uns 35 minutos aguardando nossa vez – no total, 1 hora parados. Depois, ainda tivemos que passar pela imigração de entrada no Chile, em Villa Dorotea, onde todas as malas e mochilas são retiradas do ônibus e inspecionadas na máquina de raios X. Mais 45 minutos.
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Imigração na Argentina |
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Povo sem o que fazer durante a espera |
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Resultado: perdemos o transfer. No dia anterior, com as dicas de Helder e Lillian, que já haviam passado pelo percurso, havíamos pensado em planos B, C e D. Desta forma, já em Puerto Natales, seguimos para a agência que opera o circuito – a Fantástico Sur – e tentamos alguma opção alternativa. Não tivemos sucesso.
Todavia, enquanto almoçávamos (lá pelas 16:00) no restaurante ao lado, o proprietário ouviu nossa situação e ligou para alguns contatos. Conseguimos um transporte por 70.000 pesos chilenos (aproximadamente 300 reais). Caro, mas não havia muito mais o que fazer. A outra possibilidade era pernoitar em Puerto Natales e iniciar o circuito no dia seguinte, alcançando os Nerds Viajantes à tarde.
Situação resolvida, seguimos com nosso motorista, o chileno Ivan, pela carretera Y290, com as paisagens típicas da Patagônia: planícies, bosques de
lengas e criações de ovelhas e vacas, ainda com direito a ver belos grupos de guanacos. E claro, sempre em companhia dos fortes ventos da região.
A vantagem de ter um transporte individualizado é que pudemos parar algumas vezes para fazer fotos nos locais que achamos interessantes.
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Carretera Y290 |
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Lago Sarmiento |
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Ovelhas nas pastagens amplas |
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Pausa para fotos |
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Guanacos |
Saímos de Puerto Natales às 17:00 e chegamos à entrada do Parque Nacional – a Laguna Amarga - às 19:00. Ao todo, cerca de 120 Km de percurso, dos quais os últimos 30, aproximadamente são de estrada de rípio – uma espécie de pedra ou cascalho que cobre a estrada.
Pagamos as taxas de entrada (18.000 pesos chilenos, por visitante estrangeiro, na alta estação) e os atendentes nos deram mapas e indicações sobre o circuito. Ao invés de aguardar o transfer até o primeiro refúgio, optamos por caminhar os primeiros 7 Km. Chance de começar a curtir o maravilhoso trekking que faríamos nos próximos dias.
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Visão que tivemos no começo da caminhada |
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Começando as caminhadas na Patagônia !! |
Chegamos ao Refúgio Torre Central por volta das 20:30. Não perdemos o jantar por pouco, mas não havia mais o
Pisco Sour de boas-vindas (trocados por duas
cervezas!!). No final, vencida a dificuldade da logística, estávamos no início do Circuito W, com a expectativa em alta para o que vivenciaríamos na Patagônia Chilena. Aguardem os próximos posts !
Visão geral do Circuito W
O circuito é assim denominado porque seu percurso tem a forma da letra W. Programa para 5 dias:
1º dia | Laguna Amarga - Refúgio Torre Central | 7 Km (*) |
2º dia | Refúgio Torre Central – Refúgio Chileno | 5,5 Km |
2º dia | Refúgio Chileno – Base de Las Torres – Refúgio Chileno | 8 Km |
3º dia | Refúgio Chileno – Refúgio Los Cuernos | 16,5 Km |
4º dia | Refúgio Los Cuernos – Acampamento Italiano | 5,5 Km |
4º dia | Acampamento Italiano – Mirador Britânico - Acampamento Italiano | 11 Km |
4º dia | Acampamento Italiano – Refúgio Paine Grande | 7,6 Km |
5º dia | Refúgio Paine Grande – Refúgio Grey – Refúgio Paine Grande | 22 Km |
(*) Pode ser feito por caminhada ou por transfer com vans.
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Fonte: Fantástico Sur, adaptado |
O refúgio Torre Central
Para quem começa o circuito W a partir da Laguna Amarga, este é o primeiro refúgio. Dispõe de 10 quartos com 6 camas cada, em formato beliche. Em cada quarto, há armários individuais para guardar roupas e equipamentos. Se esquecer algum item básico para a caminhada (pilhas, protetor solar, etc.) poderá adquirir na pequena loja do Refúgio.
Quem optar por barracas pode dispor da área de camping, com capacidade para 150 barracas e banheiros exclusivos para os campistas.
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Entrada do Refúgio, construído em madeira |
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Área do bar |
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Banheiros coletivos e limpos |
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Por favor, botas do lado de fora dos quartos |
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Área do restaurante. Boa comida para os caminhantes
famintos. |
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Dicas e orientações
- Uma boa alternativa é chegar a Puerto Natales a partir de Punta Arenas (a 240 km de distância), que recebe vôos de Santiago.
- Se quiser uma orientação sobre fazer o trajeto de carro, consulte o blog Viajando de Carro
- Leve lanche para a viagem entre El Calafate e Puerto Natales. Mas, atenção: é proibido entrar com alimentos não industrializados no Chile (vegetais, frutas, derivados de leite e carne, etc).
- Guarde o registro de entrada no Chile, carimbado na imigração. Ele será exigido no check-in dos refúgios.
- É necessário reservar as hospedagens nos refúgios com antecedência, principalmente nas épocas de alta estação. As opções oferecidas pela Fantástico Sur são com ou sem alimentação e com ou sem guia. Não achamos necessário utilizar o serviço de guia. Todas as trilhas são sinalizadas.
- Caso opte pela hospedagem com alimentação (full board) – de longe, a melhor opção - você terá o jantar e café da manhã nos refúgios, além de um Pisco Sour como drink na chegada. Na manhã de cada dia, é fornecido um box lunch para comer durante a caminhada, composto de uma garrafa de água mineral, fruta, barra de cereal, mix de frutas secas e um sanduíche de bom tamanho. Uma dica: se quiser incrementar um pouco, leve saquinhos de refresco para preparar com a água mineral.
- As orientações dizem para você levar as baterias que forem necessárias para manter seus equipamentos eletrônicos carregados, mas é possível pedir para que carreguem nas recepções dos refúgios – não abuse dessa possibilidade e leve sobressalentes. Não há tomadas nos quartos.
- Os refúgios contam com guarda-volumes. Leve seu próprio cadeado.
- Próximo ao Refúgio, existe a opção de hospedagem no Las Torres Hotel.
- Alta estação (preços um pouco mais caros): novembro a fevereiro. Baixa estação: outubro, março e abril. Há taxas extras para o Natal e Ano Novo.
Outros posts da série
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Laguna Nimez–Santuário de aves em El Calafate
-
Perito Moreno–Maravilha da Natureza na Patagônia Argentina
-
Glaciares no Lago Argentino
-
Caminhando no Gelo
-
O início do Circuito W
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Torres del Paine
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Los Cuernos
O W é um trekking espetacular. Ainda volto lá
ResponderExcluirVocês tem uma cotação dos valores dos campings?
ResponderExcluirJuca,
ExcluirConsulte o site da operadora: http://www.fantasticosur.com/rates/
Abraço