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Flamingo na Laguna Colorada. Foto de Rosana Freitas |
Era hora de sair do Atacama e seguir para o Salar de Uyuni, na Bolívia. Alguns turistas fazem todo o percurso na Bolívia e voltam a San Pedro, mas nós preferimos seguir e retornar ao Brasil por La Paz, isso evitou a volta cansativa pelos mesmos caminhos e possibilitou as aventuras no Huayna Potosi.
O dia 17 de abril começou cedo, com a van da Cordillera Traveller apanhando seus clientes e encaminhando à fila da Imigração chilena para registrar a saída do país. Neste momento é necessário entregar o documento que você recebe ao entrar no Chile. Uma boa espera no frio matinal e seguimos para a fronteira com a Bolívia, que fica a uns 47 Km de distância.
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Fila no Posto de Imigração Chilena |
Chegando no lado boliviano da fronteira, no ponto chamado de
Hito Cajón, tomamos um café da manhã simples e ouvimos uma preleção do responsável pela empresa, com algumas informações gerais para nivelar as expectativas dos participantes. A impressão é que muitos sentem a diferença no nível de qualidade dos bolivianos comparando com os serviços chilenos e eles avisam preventivamente que não se pode esperar a mesma coisa. Só faltou dizer algo do tipo: "se quiserem desistir a hora é essa". É claro que ninguém desistiria ali.
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Posto de Imigração boliviana |
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Explicações iniciais pela Cordillera Traveller |
Depois disso, a dificuldade foi dividir o grupo de 30 turistas em 5 carros. Como havia várias pessoas que já se conheciam, é natural que quisessem fazer a viagem de 3 dias juntos e os carros não acomodam mais que 7 pessoas, contando o motorista. Em nosso veículo, fomos eu e Rosana, um casal de australianos (Kate e Adrian) e um casal de paulistas (Ana Carolina e Lucas). Tivemos sorte. Foram companhias ótimas durante toda a viagem.
As mochilas e malas são acomodadas na parte superior do veículo, devidamente protegidas com uma lona laranja, uma providência fundamental devido às toneladas de poeira no caminho. Passamos pelo controle de passaportes e começamos a viagem.
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Carros da Cordillera Traveller |
Pouco tempo depois paramos no posto de controle do
Parque Nacional de Fauna Andina Eduardo Avaroa, onde é necessário pagar uma taxa de 150 pesos bolivianos (cerca de R$ 75,00 em abril de 2017).
Neste ponto, há banheiros e merece o registro de um perrengue. Eu aproveitei que fomos os primeiros a resolver o pagamento das entradas e fui lá fazer o Nº 2. Ocorre que nos banheiros não há indicações de Feminino e Masculino. Adivinhem: entrei no banheiro feminino. Estava tranquilo na vida de trono, quando começo a ouvir as vozes das mulheres. Que fazer? Sair, pedir desculpas e ouvir gritos de indignação e espanto ou me manter quieto? Fiquei dentro do meu cubículo, esperando, esperando e esperando que saíssem. Até que Rosana, estranhando a demora, veio me socorrer. Não, não vi nada durante minha espera. Em compensação, tenho informações preciosas sobre o que as mulheres conversam no banheiro Não se preocupem, não identifiquei de quem eram as vozes e o segredo será mantido.....Hahahaha.
Em frente à entrada do Parque, está a
Laguna Blanca, onde fizemos uma parada rápida para algumas fotos.
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Laguna Blanca |
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Belo reflexo das montanhas. Foto de Rosana Soares |
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A segunda parada foi nas margens da Laguna Esmeralda, com 17 Km² de superfície, posicionada próximo às encostas de 3 vulcões, justo na fronteira com o Chile.
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Laguna Esmeralda |
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Vizinhos imponentes |
O terceiro atrativo foi o
Deserto de Pampa Jara, mais conhecido como
Deserto de Dalí, em homenagem ao pintor catalão Salvador Dalí. Algumas formações rochosas isoladas em meio ao deserto parecem, de fato, meio surreais, mas não vi nada que seja muito diferente de outras áreas desérticas. Enfim, continua sendo muito bonito. Como registro, neste ponto já estávamos a cerca de 4300 m de altitude.
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Deserto de Dalí |
A viagem continua, com os carros levantando nuvens de poeira até chegarmos às
Aguas Termales de Polques, com uma pequena piscina de águas quentes. Rosana resolveu tomar banho. Dispensei a proposta e fiquei fazendo as fotografias.
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Termas |
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Curtindo a água caliente |
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Antes de chegar ao alojamento, mais uma parada: o conjunto de
gêiseres Sol de Mañana. Diferentemente dos
Gêiseres El tatio, o cheiro de enxofre é muito forte e a área é bem menor. Também não há demarcações, o que aumenta os riscos de quem se aproxima muito. Fizemos algumas fotos e ficamos esperando o restante do grupo no carro.
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Gêiser Sol de Mañana |
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Seguimos para o local de hospedagem do dia, próximo à Laguna Colorada. O prédio é simples, com quartos que comportam 6 camas e os banheiros são coletivos e mistos. A vantagem de nosso grupo é que a estrutura é exclusiva da Cordillera Traveler, o que permite um maior controle e atendimento às necessidades dos turistas. Cada grupo do veículo fica em um quarto.
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Alojamento da Cordillera Traveler |
Almoçamos purê de batatas, salada e salsichas, descansamos um pouquinho e à tarde fomos visitar a maior atração do dia: a
Laguna Colorada. A Laguna possui uma área de aproximadamente 60 Km², a cerca de 4300 metros de altitude. Sua profundidade é bem pequena (média de 35 cm) e a coloração avermelhada se deve às algas que são o alimento das três espécies de flamingos da região.
É uma festa para os olhos e para as lentes das máquinas.
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Flamingos na Laguna Colorada |
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Foto de Rosana Soares |
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Um visual fantástico |
Voltamos para o alojamento, tomamos um chá e tentamos fotografar o por-do-sol sem sucesso - quando subimos o morrinho próximo, o sol já estava por trás das montanhas. Jantamos uma macarronada e depois fomos tentar carregar os eletrônicos. Havia apenas um ponto de energia disponível, que só foi liberado após o jantar, provavelmente para economizara a energia do local.
Dicas e informações adicionais
- Aproveite para ir ao banheiro no posto de imigração em San Pedro do Atacama. No hay baños en la frontera boliviana
- Lembre-se da altitude. Leve e beba bastante água para a viagem (pelo menos 5 litros por pessoa).
- Guarde o ticket de entrada do Parque Nacional de Fauna Andina Eduardo Avaroa. Você precisará apresentá-lo para fiscalização.
- Com a dificuldade de carregar os eletrônicos, se possível leve uma bateria externa com boa capacidade de carga e pilhas sobressalentes, se for o caso
- Leve também: cadeados (para as portas dos quartos nos alojamentos), papel higiênico, toalha e sabonete - nada disso é fornecido.
- Alguns recomendam sacos de dormir para o frio durante a noite. Por uma questão de higiene, nós usamos liners (modelo Reactor Thermalite da Sea to Summit) e por cima as mantas que são fornecida. Foi suficiente.
- Resista à tentação de ultrapassar as demarcações de pedras nas margens da Laguna Colorada para fotografar os flamingos de perto. Sim, vários turistas acham que não faz diferença e infelizmente desrespeitam as orientações.
- No primeiro dia, há possibilidade de tomar banho, ao preço de 15 pesos bolivianos
- É preciso levar um mínimo de 250 pesos bolivianos para os 3 dias de travessia.
- Se quiser variar um pouco o menu de músicas bolivianas, leve um pen drive com suas preferidas e combine usá-lo com seu grupo e o condutor.
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