quinta-feira, 15 de março de 2012

A violência e o Turismo de Aventura

O título deste post foi escolhido com a intenção de deixar clara a intenção deste 3o. artigo para a Blogagem Coletiva mensal #TurismoEmDebate. Afinal, preocupações com a segurança são inerentes às atividades do Turismo de Aventura, mas nem sempre a violência é tratada como um risco a ser considerado.

Os turistas de aventura normalmente direcionam sua percepção de risco para questões tais como: falha de equipamento, acidentes de percurso, problemas de saúde, etc. E, provavelmente, a principal razão para isso é que não associamos os ambientes naturais a eventos que costumam ocorrer em áreas urbanas.


De fato, considerando que os bandidos têm sua lógica de custo-benefício, é mais provável que direcionem suas ações para locais onde haja um fluxo maior de turistas. Por outro lado, fora de áreas urbanas praticamente não há policiamento e os bandidos se sentem muito mais livres para agir.

Paranóia? Infelizmente a necessidade de precauções existe conforme mostram alguns relatos recentes:

Grupo de turistas é assaltado em trilha em Pacatuba, no Ceará - 26/02/2012
Cerca de 30 pessoas são assaltadas por bandidos encapuzados na Pedra da Gávea - 26/02/2012
Bikers assaltados na trilha de Nogueirapolis - 19/08/2011

E o que é possível fazer? Como sempre, prevenção é a atitude mais eficaz:

- Informe-se sobre os destinos e rotas. Se o local está sendo foco de assaltos ou outros delitos, por que abusar da sorte? Escolha outro. É mais provável que a atuação de bandidos ocorra perto de centros urbanos.
- Os casos recentes mostram que grupos não são garantia de segurança, mas ainda assim é mais seguro que realizar uma atividade de aventura com 2 ou 3 participantes.
- Use guias (condutores) credenciados, de preferência que trabalhem para uma empresa operadora de boa reputação.
- Como nas áreas urbanas, evite ostentar equipamentos caros (máquinas fotográficas, GPS, etc.).
- Avise às pessoas de casa ou amigos sobre seu roteiro e expectativas de data/hora para término.

Se não der certo e acontecer um assalto, é bom se lembrar de algumas posturas básicas: (retiradas de um artigo publicado na Revista Veja):

- Na abordagem pelo assaltante: "A abordagem do assaltante é o momento mais delicado para as duas partes. Procurar demonstrar tranquilidade é a forma mais inteligente para prevenir eventuais hostilidades. O ser humano, enquanto vítima de violência, tem a percepção alterada pelo stress emocional, o que pode ser mortal, pois quase sempre os assaltantes agem em bandos."

- Gritar ou se render?: "O grito pode operar como detonador de uma reação indesejada por parte do assaltante. O ideal seria se a vítima conseguisse agir com tranquilidade suficiente e tentar gravar na memória as características físicas do assaltante, meio e direção utilizada para a fuga. Isso facilitaria o trabalho posterior de captura dos criminosos pela Polícia"

- Puxar conversa ou ficar quieto?: "É importante ter em mente que o assaltante tem objetivos claros. Forçar uma conversa com o assaltante pode ser interpretado como uma tentativa de assumir o controle da situação. Portanto, só fale quando for perguntado"

Outras postagens:

- Turismo em debate - Segurança nas viagens - Trilhas e Aventuras
- Turismo em debate: Segurança em viagens - Vida de Turista
- Roubaram meu Cartão de Crédito no Exterior - Segurança

4 comentários:

  1. Eu me identifico muito com este post. Eu não sou praticante assídua de turismo de aventura, mas de vez em qnd me arrisco por aí. O meu principal medo é realmente a questão segurança (não segurança técnica), as vezes até parece paranóia, mas conhecemos o país que vivemos, e precaução nunca é demais! Mas já coloquei em cheque algumas atividades que pensei em fazer, por causa disso.

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    1. O bom seria que nos preocupássemos apenas com os riscos inerentes às atividades em si. Mas não dá para dar mole, principalmente no Brasil e América Latina. Ainda não desisti de nenhum destino, mas levo essa preocupação em conta sempre.

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  2. Como gostaria que você não precisasse escrever este post, mas infelizmente no Brasil ainda temos que passar por isso.

    Quatro Cantos do Mundo

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    1. Concordo. É uma realidade que incomoda e ao mesmo tempo nos desanima. Reflexo de uma história de ineficiência na área de Segurança Pública

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