Cerro Corá - Lagoa Nova
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Início da caminhada entre
Cerro Corá e Lagoa Nova |
Após chegarmos no município de Cerro Corá, o irmão de Helena nos apanhou de carro e fomos nos hospedar na residência de seus pais, um arranjo logístico devido à proximidade com o município de Lagoa Nova, onde reside essa família bacana que nos recebeu de forma excelente.
Na manhã seguinte, eu, Rosana, Moab e Helena voltamos ao ponto da apanha em Cerro Corá para refazer o trajeto, agora à pé, cumprindo o percurso de subida até Lagoa Nova. O trecho de 19 Km não trouxe novidades e chegamos por volta do meio-dia para o almoço, uma cervejinha bem gelada e um bom descanso durante toda a tarde. Maravilha.
Com o tempo livre, pudemos reorganizar melhor a mochila, cuidar dos calos e alguns aproveitaram para liberar um pouco mais de peso, deixando itens a serem levados para Natal.
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Casa Grande da família Pereira, em Cerro Corá |
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Boas conversas com a família de Helena |
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O descanso foi importante. No dia seguinte, faríamos o maior trecho de toda a viagem:
42 Km. e a "moleza" iria acabar.
Lagoa Nova - São Vicente
Acordamos bem cedo, tomamos café da manhã, com direito a um ótimo pão artesanal feito pelo irmão de Helena e tomamos o rumo de São Vicente às 05:00. Como sempre, a idéia era fazer um bom ritmo enquanto o calor ainda não estivesse intenso.
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Saindo de madrugada pelas ruas de Lagoa Nova |
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A Lua sob o arco que marca a entrada da cidade |
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Amanhecer em Lagoa Nova |
Logo no início, caminhamos com visão dos parques eólicos existentes na região, seguindo pelas estradas sem calçamento ou asfalto. De vez em quando, uma parada para hidratação e cuidados dos pés. Quando havia um mercado, em algum povoado, aproveitávamos a oportunidade para comprar algo gelado e descansar um pouco mais.
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Tirar as botas e sentar: que alívio! |
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Calçada alta é uma beleza |
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A barriga já alertava há tempos e ainda não havíamos encontrado um lugar para almoçar e, convenhamos, com sol forte e fome não há quem aguente. Felizmente, o grupo de Helena, Moab e Simone que seguia mais à frente encontrou um mercadinho e o proprietário (Sr. Valdo Miranda) gentilmente permitiu que comprássemos os ingredientes para o almoço e usássemos a cozinha de sua casa para preparar a comida. Rosana aproveitou a hospitalidade e tomou um bom banho para refrescar o corpo.
O almoço ficou por conta de Helena e Simone, enquanto eu e Moab ficamos ouvindo um vaqueiro que ria alto por nada e não parava de falar sobre apanhar um certo boi que havia fugido. Só prá rir mesmo. Quase que a gente se levanta e vai atrás do bovino fujão.
Almoçamos salada, batata-doce e macarronada com ovos e salsicha, recarregamos os cantis com água gelada e depois de várias fotos com a família, nos despedimos para continuar o trajeto. Muito chão e sol ainda nos esperavam.
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Mercadinho Serrano. Simplicidade e hospitalidade |
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À mesa com o Sr. Valdo |
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Caminhantes e família do Sr. Valdo. |
Continuamos a jornada no sentido de Florânia até o ponto onde começamos a descer a Serra de Santana em direção à São Vicente, cerca de 25 Km após o início da caminhada. Um desnível razoável, com partes do trecho em obras, complementando o calçamento que existia. O uso dos bastões de caminhada para aliviar o esforço muscular foi indispensável.
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Passo a passo |
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Descanso breve |
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Rosana na descida para São Vicente |
Descemos a Serra e vamos percebendo que o esforço psicológico começa a ter uma importância cada vez maior. Os calos incomodavam um bocado, o cansaço geral pesava e são muitos os momentos em que se quer desistir. Felizmente, não havia como. A cidade de São Vicente, embora já tendo sido avistada de longe, ainda exigiria muitos passos e o jeito era continuar. O dia vai terminando e mesmo as belas cores do entardecer já não animam tanto (melhor não consultar quantos quilômetros faltam).
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Entardecer próximo a São Vicente |
Anoitece e seguimos caminhando com apoio das lanternas. Moab, Helena e Simone já haviam se antecipado há muito. Eu e Rosana fomos em um ritmo bem mais lento até finalmente chegar à cidade. Moab nos esperava no início da área urbana para nos acompanhar até a Pousada. A esta altura, eu já ia no piloto automático. Chegamos, comemos um sanduiche bem simples e desabamos na cama. Não foi fácil, mas terminamos. Após 7 dias de caminhada, o maior trecho da caminhada havia sido vencido.
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Mapa do percurso |
Leia os demais relatos desta aventura:
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Caminhada Natal-Caicó 1ª parte
-
Caminhada Natal-Caicó 2ª parte
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Caminhada Natal-Caicó 3ª parte
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Caminhada Natal-Caicó 4ª parte
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Caminhada Natal-Caicó 5ª parte
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