quarta-feira, 22 de maio de 2013

Como as cargas são transportadas no Himalaia


Duffle Bags
Duffle Bags à espera dos carregadores
Trilhas estreitas, altitude, acesso difícil. Ao longo de nossa jornada para o Acampamento Base do Everest, vimos como isso tudo representa um desafio para os caminhantes. Mas, se carregamos pequenas mochilas e sentimos o esforço necessário, como não imaginar as dificuldades para o transporte de cargas?

Vamos fazer uma pausa em nossos relatos do trekking e mostrar os recursos que são utilizados no Himalaia para o transporte de cargas:


Força humana

Os carregadores desempenham um importante papel no trânsito de mercadorias e, ao mesmo tempo, a atividade representa uma fonte de renda para a população.

Há dois tipos básicos de carregadores: aqueles que transportam os materiais para as expedições e os que levam mercadorias para lodges e comércio dos vilarejos. Normalmente, os carregadores de expedições têm uma melhor remuneração e sua carga é melhor controlada – vimos carregadores de mercadorias com cargas que, certamente, excedem o que seria razoável.

Carregadores 2
Carregador com o cesto (doko)

Carregador
Carregador de mercadorias para lodges e vilarejos
descansa com a carga apoiada em um suporte de madeira

Carregando uma porta
Nada é fácil. Aqui um carregador transporta
tábuas de madeira
Carregadores 4
Carregadores de expedições na região entre Dingboche e Thukla

Bovinos

Nas altitudes inferiores, o animal que aparece é o dzo – um híbrido entre o yak e o gado doméstico, com pelagem curta. Para altitudes mais elevadas, o que prevalece é o yak (fêmea: nak), com sua pelagem farta e apropriada para protegê-lo do frio intenso.

Dzo
Dzo
Yak
Yak
Yaks 2
Yaks na trilha rumo à Gorak Shep

Mulas

As mulas são um fenômeno recente (mais ou menos 2 anos). Têm menor capacidade de carga que os dzo e yak e só vão até a altitude de Namche Bazaar (cerca de 3400 m). Também são mais rápidas e mais instáveis, aumentando a necessidade de manter cuidado ao cruzar com caravanas.
Mula 1
Mula e sua carga
Mulas
Em Namche Bazaar

Congestionamento
Congestionamento: de um lado uma caravana de dzo e de outro as mulas
O que fazemos? ficamos parados esperando a trilha ficar liberada
Helicópteros

Durante toda a caminhada, é comum ver helicópteros sobrevoando o trajeto entre Lukla e o Acampamento Base do Everest. Além de transportar cargas, são a escolha óbvia para resgate de caminhantes e alpinistas que necessitem ser atendidos com rapidez – aliás, é obrigatório que o seguro de saúde para o trekking ao Acampamento Base inclua um eventual resgate por helicóptero.

Helicóptero Syangboche
Sobrevoando a pista de Syangboche
Helicóptero Syangboche 2
Próximo à Syangboche
Local de pouso de Helicóptero
Atenção: Área de pouso de helicópteros
Helicóptero
Os locais de pouso, muitas vezes são rudimentares
 

Outros posts da Série


1 - Como é !? Vão subir o Everest?
2 - Chegada à Kathmandu
3 - Explorando Kathmandu
4 - Kathmandu–Pashupatinah e Boudhanath
5 - Voando para um dos aeroportos mais extremos do mundo (Lukla)
6 - Começamos a jornada! Caminhada até Monjo
7 - Namche Bazaar
8 - No caminho para Thamo, a visita a monges budistas
9 - Rumo ao Everest Base Camp: chegamos aos 4000 metros
10 - Como as cargas são transportadas no Himalaia
11 - A caminhada continua. Rumo à Deboche
12 - Sol e esterco: fontes energéticas no Himalaia
13 - Os desafios continuam: caminhada até Dingboche
14 - Uma curta caminhada, lindas paisagens e um desafio
15 – Entrevista com Manoel Morgado
16 – Lobuche e o Memorial aos Sherpas mortos
17 – Quase Lá: Gorak Shep
18 – Kala Patthar: 5500m e a melhor visão do Everest
19 –  Acampamento Base do Everest:Objetivo conquistado
20 – Retorno do Acampamento Base do Everest – de Gorak Shep a Deboche
21 – Terminando a caminhada: de volta a Lukla

4 comentários:

  1. Ei Jodrian,
    Muito interessante o suporte de madeira para descanso dos carregadores.
    Abraços,
    Lillian.

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  2. O volume de animais que encontramos nesta trilha é muito grande e todo cuidado é pouco, inclusive já houve acidentes com morte (tanto de turista, como de carregador). A orientação dada ao cruzar animais é dar a prioridade a eles, mantendo-se sempre no lado da montanha. Se possível suba numa pedra. Ficar do lado do penhasco é realmente perigoso!

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  3. Imagino que um voozinho desses de helicóptero não seja barato. Vc teria, por acaso, uma referência de valores?

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    Respostas
    1. Um frete entre Kathmandu e Lukla - a preços normais sai US$ 6000,00. Entretanto, há possibilidades de conseguir um "encaixe" em vôos já programados para outros fins - 2 colegas da expedição gastaram US$ 450,00 cada um. Quando estávamos na volta, em Lukla, havia uma chance de fazer um panorâmico entre Lukla e o Acampamento base por cerca de US$ 500,00 por pessoa.

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