AventuraMango: Kala Patthar: 5500m e a melhor visão do Everest

Após o almoço no Himalayan Lodge, Manoel Morgado dividiu a turma em três grupos, que saíram em horários com diferença de 30 minutos. A idéia era que todos chegassem mais ou menos ao mesmo tempo no topo do Kala Patthar. Os mais lentos (como nós), saíram de Gorak Shep na frente, por volta das 15:30 e os mais rápidos saíram às 16:30.

Iniciando a caminhada rumo ao Kala Patthar

Checamos nossas lanternas e nos equipamos com o casaco de pluma de ganso, fleece, anorak, gorro, buff, luvas grossas e o que mais fosse necessário para encarar o frio. Atravessamos um pequeno descampado e logo chegamos à trilha bem demarcada. Os passos eram calculados. Ritmo ditado pelo Morgado, que seguia à frente. Lentamente, respirando fundo, fomos vencendo os 400 metros de desnível.

Gorak Shep vai ficando lá embaixo

Kala Patthar

Kala Patthar e Pumori (7.161 m)
Autoria da foto: Natural EcoTurismo

A tradução para o nome desta montanha é “Pedra Negra”, devido à sua coloração. Fica abaixo da face sul do Pumori, com quem forma um belíssimo contraste.

Sua altitude é referida como 5545m, nosso guia mencionou 5555m e já vi referências que o colocam acima de 5600m. Enfim, é uma subida e tanto, seguindo os ziguezagues do caminho árido. Certamente o principal e mais belo desafio que tivemos ao longo de todo o trekking.

A seta verde registra nossa posição no Kala Patthar.
Foi feita com o rastreador Spot. O círculo vermelho indica o Everest

O pôr do sol no Everest

Esse foi um dos momentos mais esperados de toda a jornada. A apreensão quanto a um eventual tempo com nuvens acabava a cada passo rumo ao topo. A chegada foi uma emoção só. Alegria por ter alcançado mais um objetivo. Alegria em ver a maioria de nossos colegas conseguindo. Alegria pelo tempo maravilhoso que prenunciava um belo pôr de sol.

Chegada ao kala Patthar. Vídeo extraído da filmagem feita pela Morgado
Expedições. Com autorização

Da esquerda para direita: Fabiana, Morgado, Rosana e Jodrian
no Kala Patthar com o Everest ao fundo.

Celular posicionado para o Time-lapse

O mascote também fez pose

Como já havia testado a duração da bateria do celular, que vinha sendo cuidadosamente preservada com a carga cheia, sabia que teria cerca de 1 hora (isso porque a bateria descarrega rapidamente ao frio). Montei o tripé e acionei o time-lapse quando o Morgado sinalizou. O resultado ficou bem bacana. A sombra do Kala Patthar vai avançando pelas montanhas e o Everest é o último a “apagar”:

Time-lapse com o celular

Durante o tempo que estivemos lá em cima, fizemos um lanche e tomamos um chocolate que levamos em uma garrafa térmica para tentar espantar o frio. Aliás, embora o cenário fosse de contemplação, não dava para ficar parado por muito tempo no mesmo lugar.

Um pouco depois de assistir a incrível beleza do pôr de sol, com as nuvens já ocupando o Glaciar Khumbu, colocamos as lanternas de cabeça e iniciamos a descida em grupos, apreciando o céu de estrelas no Himalaia. Como fiquei no último grupo e o guia que nos acompanhava precisou ajudar um colega, acabei descendo sozinho por um bom tempo, o que foi mais uma bela experiência neste dia. Voltamos ao lodge com a sensação de ter vencido o desafio, mas sobretudo de ter participado de algo único em todo o mundo!

Início da descida do Kala Patthar. Anoitece e as nuvens vão tomando
conta do Khumbu

Para explorar mais

- Quer “voar” até lá com o Google Earth? digite 27.99476, 86.82863 na caixa de pesquisa
- No topo do Kala Patthar, há uma câmera que transmite imagens on line, que funciona no horário de 5h às 18h (Nepal), correspondendo a 21h até 10h no Brasil (Link)
- Saiba como fazer o time-lapse com o celular (Link)