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Visão do local onde ocorrem as cremações |
Os nomes são difíceis de pronunciar, mas certamente visitar o Pashupatinah e o Boudhanath trazem imagens e sensações que permanecerão muito tempo na memória.
São destaques da religiosidade de um povo, em uma cidade repleta de ícones e locais de devoção.
Nosso 3º dia em Kathmandu e o último antes de embarcar para o trekking ao Acampamento Base do Everest foi uma ótima oportunidade de conhecer um pouco mais do cotidiano desta interessante cidade.
Pashupatinah
É um templo dedicado à Shiva (veja mais informações em nosso
post anterior), em sua manifestação como Pashupati – o Senhor dos Animais. A área é, na verdade, um complexo de santuários e templos, além da área onde estão dispostos os locais de cremação dos mortos.
Logo após a entrada, que custa 500 rúpias aos estrangeiros, há várias lojas e ambulantes vendendo artesanatos:
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Ticket de entrada |
Na figura ao lado, colares feitos com sementes de Rudrakshas, semelhantes a uma noz. Os preços dos colares variam em função do número de linhas que a semente contém. Budistas e hinduístas utilizam estes colares (ou malas) para suas orações e mantras |
Andamos um pouquinho mais e chegamos à área onde observamos o processo de cremação dos mortos. Momento de pausa e o grupo ficou um tanto silencioso. Nossos paradigmas sobre morte – que envolvem luto, pranto, recolhimento e privacidade – demoram um pouco a entender os rituais na outra margem do poluído rio Bagmati, onde tudo acontece de forma pública e sem dramas.
Na verdade, a morte é encarada pelos hindus como parte de ciclo eterno de nascimentos, mortes e renascimentos: “
Certa é a morte do que nasce, e certo é o nascimento do que morre” (Bhagavad-gītā)
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Funcionário prepara a lenha a ser utilizada na cremação de um corpo |
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Hindu raspa o cabelo, em preparação para conduzir o ritual de cremação. Normalmente, é o filho mais velho que lidera. |
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Corpo sendo cremado. Quem conduz o ritual carrega o corpo e circula por três vezes, antes de ser depositado na pira. |
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Várias cremações ocorrem simultaneamente |
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Um retrato da pobreza: enquanto um corpo é preparado à esquerda,
um garoto cata moedas na lama do rio |
Enquanto os ritos funerários acontecem, macacos vivem livremente no local e parecem não se importar com toda a movimentação:
Continuamos a percorrer a grande área do Pashupatinah, registrando outros aspectos do hinduísmo:
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Vacas são consideradas sagradas |
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Religioso |
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Linga ou Lingam, o símbolo fálico de
Shiva, associado a seu poder criador.
A base é a Yoni, que representa o órgão sexual feninino. |
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Fontes de água |
Na foto ao lado, um Saddhu, ou asceta. Alguém que escolhe uma vida voltada para o lado espiritual, fazendo o mudra (gesto com as mãos) Gyan – relacionado ao conhecimento, tranquilidade e concentração. Não confundir com aqueles homens vestidos e pintados com cores vivas e procurando turistas para serem fotografados em troca de rúpias, comum nas áreas mais turísticas de Kathmandu
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Entrada do tempo hindu. Apenas os hindus tem acesso ao interior.
É possível ver a grande estátua do touro Nandi (veículo de Shiva) e as
imagens de Ganesh à esquerda e Shiva à direita |
Boudhanath
Seguimos para o Boudnath, o maior e mais ativo templo budista do Nepal, que está situado no coração do bairro budista.
Antes de caminhar pela área que inclui diversas lojas de artesanato, restaurantes e templos, paramos para almoçar, experimentando pratos vegetarianos, o aue seria uma prática durante todo o
trekking.
Logo na entrada avista-se a enorme
Stupa, com uma altura de 36 metros. A representação dos olhos de Buda pode ser vista nos quatro lados acima da cúpula, significando sua onisciência. Uma belíssima edificação:
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Percorre-se a stupa sempre no sentido horário |
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Observando a revoada |
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Bandeirinhas de orações, onipresentes no budismo |
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Visão da stupa, com seu entorno
Vale a pena investir um tempo para observar a
movimentação no local. |
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Cilindro de orações |
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Detalhe de um tempo budista |
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Monge |
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Para saber mais
Morte no Hinduísmo: Transmigração e Libertação
Livro "Em que acreditam os budistas?" - Tony Morris - Ed. Civilização Brasileira, RJ - 2010.
Outras dicas
Compras – Tudo é negociado em Kathmandu. Desde o preço de uma corrida de táxi (que deve ser combinado antes) até os artefatos mais caros. Faz parte do processo de comprar. Então, não tenha receio e ofereça 40% do valor pedido. Você chegará a um preço adequado ao final.
O bairro do Thamel é onde está a maior concentração de lojas, tanto de equipamentos como souvenirs. Falando em equipamentos, há lojas de marcas (Mountain Hardwear, North Face, Black Yak, Millet) e uma infinidade de outras que vendem as falsificações – algumas muito bem feitas. Os preços são bem menores que no Brasil.
Namastê - A saudação budista é muito comum no Nepal. Significa: “O Deus que habita em mim saúda o Deus que habita em você”. Não há divindade no budismo. Sidarta Gautama mostrou o caminho aos budistas. Aliás, Buda é um título honorífico, que significa "Iluminado".
Om Mani Padme Hum - Mantra de seis sílabas do Bodisatva da compaixão. Utilizado nas orações budistas, que são entoadas seguindo as contas do Mala (colar). Também são escritos e depositados dentro dos cilindros de orações ou esculpidos em rochas.
Outros posts da série
Qual o significado da expressão: Om Mani Padme Hum
ResponderExcluirRosana,
ExcluirBoa pergunta...A gente vê as preces sendo recitadas e escritas, mas não reflete sobre seu significado. Um bom texto explicativo, do Dalai Lama, está neste link -> https://sites.google.com/site/hesicos/ommani
Beijo
Belas fotos, Jodrian.
ResponderExcluirÉ mesmo impressionante a diferença cultural principalmente nessa cerimônia de cremação.
Obrigado, Lillian
ExcluirA gente vai aprendendo a enxergar e aceitar as diferenças culturais como mais um aspecto da realidade, evitando criticá-las por não se enquadrarem em nossa visão de certo e errado. É um grande aprendizado.
Abraço
Jodrian
Oi, Jodrian. Tudo bem? :)
ResponderExcluirSeu post foi selecionado para a #Viajosfera, do Viaje na Viagem.
Dá uma olhada em http://www.viajenaviagem.com
Até mais,
Natalie - Boia
Oba!! obrigado, Natalie :)
ExcluirJodrian/Rosana,
ResponderExcluirTenho acompanhado seus post sobre o Nepal e, como participante da EXCURSÃO, posso afirmar que está muito bom! Tenho usado como referência para muitas das fotos que tirei e não lembrava mais do que se tratava.
Tô ancioso para a parte da trilha pois, não lembro mais os nomes daqueles MORROS.
[]'s
Reinaldo
Que o MM não leia esses comentários!!!
Muito Obrigado, Reinaldo !!
ExcluirEscrever os posts também me ajudar a referenciar minhas próprias fotos. Foram muitas informações para processar!
No próximo post vou tratar do "passeio" de Kathmandu à Lukla :)
Grande abraço
Jodrian/Rosana
Seus relatos nos faz participar das cenas, como se estive lá!!! Viajo na forma que descreves e relatas, aprecio sem moderação. Abração!
ResponderExcluirObrigado, Zeneide!.
ExcluirQue bom que podemos reviver, porque, ao final, a gente sempre acha que a viagem poderia durar mais
Abraço,
Jodrian
Jodrian, falo viajar, inclusive; nas que não conheço e que não fui!!! Fico bem informada mesmo não tendo ido e n ter lido nada sobre a postagem!!! Eu viajo mesmo com o relato e a forma que vc descreve as coisas!
ResponderExcluirValeu !!!
ExcluirJodrian, a visita aos dois templos foi o auge do tempo que passamos em Kathmandu. Foi interessante ver Pashupatinath vindos de Varanasi, pois senti muita diferença no ambiente e no astral das cerimônias: em Varanasi você vê de longe, mulheres não são permitidas e há algo de pesado e soturno (como se espera, aliás). Em Kathmandu percebi que a família toda toma parte, que a cerimônia tem uma escala mais humana.
ResponderExcluirMas todas as duas são tocantes e nos fazem refletir sobre um tema que nossa sociedade ocidental trata como tabu.
Ótimos posts, muito bom acompanhar a viagem de vocês!
Muito obrigado pelos comnetários, Emília
ExcluirEstes rituais nos fazem ver outras realidades e entender que há outras maneiras de encarar fatos da vida. Não sabia sobre Varanasi. Valeu !
Grande abraço