Fomos dormir com a expectativa de encarar o dia mais cansativo no retorno.
Cobriríamos todo o trajeto entre Deboche e Monjo, passando por Namche Bazaar.
Não bastasse o esforço que nos aguardava, Rosana piorou da diarréia que começou durante o dia. Passamos a madrugada meio insones e tive que recorrer à presteza de Manoel Morgado, que prontamente a medicou lá pelas 04:00. Tomamos café e junto com outro colega e um sherpa saímos mais cedo que o grupo, uma vez que iríamos em um ritmo bem mais lento.
Iniciamos a caminhada de volta, sempre parando aqui e ali para descansar, com a Rosana bebendo muitos eletrólitos para tentar manter-se hidratada. Foi com grande esforço que chegamos à Namche Bazaar para o almoço, após 5,5h de caminhada. O grupo já havia nos ultrapassado e estava finalizando a refeição. Comemos um Dal Baat com chá de limão e também optamos por seguir um pouco antes do grupo, o que reduziu nosso descanso.
Pouco a pouco, vamos nos despedindo das paisagens que nos acostumamos a compartilhar nesta quinzena maravilhosa. Faço fotos na esperança de captar mais um pouco desta região, tentando não deixar de registrar mais algum ângulo ou visual. Me convenço que é impossível. Uma vida inteira não seria suficiente para registrar tanta beleza.
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As coníferas voltam a mostrar sua beleza |
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As bandeirinhas estão dizendo adeus? |
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Precisa de legenda? |
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Trecho na trilha |
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Nossas conhecidas pedras com
orações budistas entalhadas |
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Caminhamos mais 3,5h e chegamos a Monjo lá pelas 16:30. Nos últimos 2 dias, tivemos notícia que o Aeroporto de Lukla estava fechado devido a mau tempo e todos ficaram na expectativa. No mesmo lodge que havíamos ficado na ida, o grupo já nos esperava com o bom humor de sempre e desta vez, acompanhado de cervejas Everest. Nada como rir muito para espantar um pouco o cansaço.
A hospitalidade e animação dos sherpas não fica em baixa nunca. À noite, se reuniram conosco para dançar e cantar. Todo mundo cansado, mas participando, de um jeito ou de outro daqueles momentos, que sabíamos serem únicos. Tão especiais quanto as visões das montanhas.
De novo em Lukla
O trecho de Monjo até Lukla foi mais tranqüilo. Rosana havia acordado mais disposta e fomos em nosso ritmo, conversando com o Vicente, que nos acompanhou durante boa parte do tempo.
Prestamos mais atenção a alguns detalhes que não foram ressaltados na ida. As simpáticas caixas de coleta seletiva e as marcações de corridas que ocorrem nos caminhos tortuosos. Surpreso? Também há uma maratona – sim, maratona – entre Gorak Shep e Namche Bazaar, a mais alta do mundo (veja neste
link)
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Let´s keep Khumbu clean |
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Marcas para orientar os corredores |
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Enfim, estamos de novo em Lukla, sede de
um dos aeroportos mais extremos do mundo. O grupo estava novamente comemorando – e lá fomos nós, para mais uma merecida cerveja Everest geladinha.
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Chegando em Lukla |
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Comemoração merecida |
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Fizemos a “cerimônia” de fechamento dos bastões de caminhada, encerrando simbolicamente a jornada e gravamos alguns depoimentos para o vídeo da Morgado Expedições. Almoçamos e nos preparamos para a despedida da maior parte de nossa equipe. Muitos carregadores sairiam dali para mais alguns dias de caminhada, em retorno a suas casas.
Foram três momentos carregados de emoção: primeiro, as gorjetas do grupo foram recolhidas, divididas e colocadas em envelopes e cada um de nós recebeu um envelope para entregar. Um a um, os nomes dos membros da equipe eram chamados para que recebessem o dinheiro. Cumprimentos, abraços e muita gente com lágrimas nos olhos.
Em seguida, nós recebemos os cartões de permissão para o trekking, como uma espécie de certificado de nossa jornada. Até então, estes cartões haviam estado em poder dos guias, que os apresentavam nos postos de controle.
Por último, os sherpas fizeram a distribuição de roupas e equipamentos doados pelos participantes. Funcionou assim: Morgado recolheu previamente tudo que gostaríamos de doar. Tudo foi entregue aos líderes da equipe que dividiram em montes, onde cada conjunto representava aproximadamente o mesmo valor, na percepção deles - o que também é interessante de se ver. Daí fizeram o sorteio e ninguém ficou sem receber alguma coisa.
Descansamos o resto da tarde e à noite, após o jantar, tivemos a oportunidade (e satisfação) de fazer a
entrevista com Manoel Morgado, enquanto alguns se divertiam em mais uma sessão de cartas (ô vício..hahahaha!). Fomos dormir na esperança que o Aeroporto funcionasse no dia seguinte.
Mais uma vez, as coisas deram certo. O dia amanheceu com tempo bom e os vôos não haviam sido cancelados. Tomamos café e seguimos com as bagagens para começar o processo, meio caótico, do check-in. Em nosso benefício, a coordenação da Morgado Expedições.
O grupo foi novamente dividido em 2 aviões para a decolagem “ladeira abaixo”. O vôo foi mais turbulento, denunciando os ventos durante a rota. Para completar as emoções, quase que o segundo grupo não chega: o avião deles foi o último a decolar, antes que o Aeroporto de Lukla fechasse novamente. Ufa!! Todos de volta a Kathmandu !
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Victor desembarcando em Kathmandu |
Outros posts da série
A diarreia faz parte deste trekking. A estimativa de ocorrer em 35% do grupo se confirmou, incluindo eu, e ainda bem que foi na volta, sem prejudicar a subida. Mas nada que tirasse o encanto do lugar e a beleza do Himalaia, que ficou ainda mais bonita quando começamos a cantar .Pois é, viemos eu e Renato Barros cantando músicas antigas da MPB , num repertório que variou de Roberto Carlos a Geraldo Vandré. Vicente também participou um pouco da brincadeira. Foi muito bom!
ResponderExcluirTudo valeu a pena e, apesar de tudo, ao final, os perrengues não passam de histórias para ilustrar os relatos. Foi mais um teste de superação, entre todos os que você venceu!
ExcluirBeijão
Oi, Jodrian. Tudo bem? :)
ResponderExcluirSeu post foi selecionado para a #Viajosfera, do Viaje na Viagem.
Dá uma olhada em http://www.viajenaviagem.com
Até mais,
Natalie - Boia
Muito obrigado, Natalie!
ExcluirObrigado :)
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