Para atingirmos um objetivo no ar rarefeito, é importante que o corpo seja exposto
gradativamente a altitudes mais elevadas e possa descansar em regiões mais baixas. Os montanhistas resumem na regra
Climb High – Sleep Down. Praticamos isso durante todo o percurso para o Acampamento Base do Everest e no 4º dia de caminhada, quebramos a barreira dos 4000m.
Saímos de Thamo divididos em dois grupos, devidamente acompanhados por guias. Uma turma foi com o Manoel Morgado por um trecho íngreme
off road, para o qual havíamos feito um teste no dia anterior (ver
post). Outro grupo seguiu pela rota tradicional, com um ganho de altitude mais suave.
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Dzo com adereços |
Não tive maiores dificuldades no teste de 100m, mas optei por seguir junto com Rosana pela trilha demarcada. Apesar de gostar de desafios e saber que tudo seria conduzido na maior segurança, avaliamos que não deveríamos nos submeter a um desgaste maior até atingirmos os objetivos do trekking.
Cerca de 2,5 horas após sairmos do lodge, chegamos a uma pista de pouso rudimentar, não pavimentada – Syangboche. Atualmente é utilizada apenas por helicópteros.
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Pista de pouso de Syangboche, a 3720 m de altitude |
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Trecho da caminhada, próximo a Syangboche
com o Thamserku no horizonte |
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Repare que o "His Majesty" foi riscado.
O Nepal deixou de ser monarquia em 2008 |
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Pouco tempo depois de atravessar a pista de pouso, tivemos belas visões do Everest e do Ama Dablam (6.812 m) – considerada por muitos como a montanha mais bonita do mundo. Sim, caminhar em altitude cansa. Mas basta parar um pouco, respirar fundo, olhar as montanhas e somos renovados para seguir em frente.
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No primeiro plano: pedras e bandeiras com orações budistas
No horizonte: à esquerda, com o cume coberto pelas nuvens, o Everest. À direita,
o Ama Dablam |
Neste dia, nosso local de hospedagem foi no vilarejo de Khunde. Nosso grupo chegou primeiro, almoçou um bom macarrão com legumes e descansou um pouco. Em seguida, saimos para subir o Khunde Peak, passar algum tempo lá e retornar ao lodge. A turma que fez o
off road cumpriu um roteiro onde já havia subido a 4000 m e agora descia para a hospedagem.
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Encarando a subida para 4000 metros. Não é uma tarefa light. |
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Descansando a 4000 m |
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Eu, Vicente e Paulo subimos um pouco mais
Khunde Peak |
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Lá embaixo o Vilarejo de Khunde, de onde subimos neste dia |
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No outro lado, o vilarejo mais baixo é Thamo. Estávamos lá no dia anterior |
Passamos um tempinho lá em cima e descemos para Khunde. Durante a tarde, fiz um teste com o celular para montar em time-lapse. Quis verificar qual seria a duração da bateria quando o equipamento estivesse exposto a baixas temperaturas. Com o celular carregado, durou pouco mais de uma hora.
O resultado ficou bem bacana: mostra o o Thamserku (6618m), à frente, no centro e o Kantega (6.782 m) atrás, à esquerda. Bela visão que tínhamos na frente do lodge, concordam?
À noite, Manoel Morgado fez uma explanação sobre medicina de altitude. O que é e o que não é normal. Afinal, estávamos subindo cada vez mais e saber que sintomas poderiam indicar algum problema é importante em qualquer caminhada de altitude.
E para fechar com chave de ouro nosso dia, os últimos raios de sol iluminando o Ama Dablam:
Outros posts da Série
Um post mais lindo que o outro! Está muito legal acompanhar a viagem de voces.
ResponderExcluirMuito obrigado, Flora !!
ExcluirGrande abraço
Bom, bom, eeeeee BOMmmmmmmm. Show Jodrian, parabéns!
ResponderExcluirZeneide
Muito obrigado, Zeneide !!!
ExcluirEsse time-lapse ficou maravilhoso! Ótima ideia!
ResponderExcluirCurtindo cada metro de altitude da sua viagem!
Abraços,
Lillian.
Lillian
ExcluirAinda temos o melhor time-lapse a publicar. Foi uma idéia que tinha em mente desde a saída do Brasil e funcionou tudo muito bem :)
Obrigado pelo acompanhamento e comentários
Abraços
Parabéns, post muito manero.
ResponderExcluirMuito obrigado, Sabrina :)
ExcluirMuito show de bola e feliz por ver esse casal bacana Jodrian Rozana e Zeneide pessoas que tive o prazer de conhecer e está aqui, neste belo espaço.
ResponderExcluirObrigado, Carlos
ExcluirFoi um grande prazer curtir as trilhas em Carnaúba dos Dantas tendo você como guia. Valeu!
Abraço
Muito boa a descrição da subida. Dá para sentir a emoção.
ResponderExcluirTambém fiz essa travessia com o Mané, em 1994, quando, por vinte dias, atingimos o Gokio, o Kalapatar e o Chukung. Mas ficamos em barracas.
Na minha segunda viagem ao Nepal, aí por conta própria e ficando em lodges, caminhei dezessete dias pelas bandas da Lantang, Gosainkund, Helambu.
Parabéns pelo blog.
Augusto.
http://viajantesustentavel.blogspot.com.br/
Obrigado, Augusto
ExcluirA gente tenta passar um pouquinho da emoção, mas a verdadeira dimensão só se consegue vivenciando tudo aquilo. Imagino como foi sua viagem há 20 anos.
Abraço
Inenarrável só de lembrar além da emoção da aventura entrar em contato com a cultura, a religião, a maneira de viver isso é de fato emocionante. Jodrian, parece-me que é uma região pobre, não? Abraço.
ExcluirObrigado pelos comentários, Damião
ExcluirSim, o Nepal é um país economicamente pobre, mas com uma riqueza cultural e natural fantásticas.
Abraço
Quanto dias são necessários para sair do Hotel Everest View até a base?
ResponderExcluirCygnus,
ExcluirNão ficamos neste Hotel. Saindo de Lukla, base do aeroporto para a trilha, foram 10 dias de caminhada até a base. Acredito que este tempo pode variar de operadora para operadora
Abraço e obrigado pela visita