domingo, 19 de maio de 2013

Rumo ao Everest Base Camp: chegamos aos 4000 metros



Para atingirmos um objetivo no ar rarefeito, é importante que o corpo seja expostoPaisagem Himalaia gradativamente a altitudes mais elevadas e possa descansar em regiões mais baixas. Os montanhistas resumem na regra Climb High – Sleep Down.  Praticamos isso durante todo o percurso para o Acampamento Base do Everest e no 4º dia de caminhada, quebramos a barreira dos 4000m.

Saímos de Thamo divididos em dois grupos, devidamente acompanhados por guias. Uma turma foi com o Manoel Morgado por um trecho íngreme off road, para o qual havíamos feito um teste no dia anterior (ver post). Outro grupo seguiu pela rota tradicional, com um ganho de altitude mais suave.


Dzo Himalaia
Dzo com adereços
Não tive maiores dificuldades no teste de 100m, mas optei por seguir junto com Rosana pela trilha demarcada. Apesar de gostar de desafios e saber que tudo seria conduzido na maior segurança, avaliamos que não deveríamos nos submeter a um desgaste maior até atingirmos os objetivos do trekking.

Cerca de 2,5 horas após sairmos do lodge, chegamos a uma pista de pouso rudimentar, não pavimentada – Syangboche. Atualmente é utilizada apenas por helicópteros.

Pista pouso Syangboche
Pista de pouso de Syangboche, a 3720 m de altitude

Thamserku
Trecho da caminhada, próximo a Syangboche
com o Thamserku no horizonte

Nepal deixou de ser monarquia
Repare que o "His Majesty" foi riscado.
O Nepal deixou de ser monarquia em 2008

Pouco tempo depois de atravessar a pista de pouso, tivemos belas visões do Everest e do Ama Dablam (6.812 m) – considerada por muitos como a montanha mais bonita do mundo. Sim, caminhar em altitude cansa. Mas basta parar um pouco, respirar fundo, olhar as montanhas e somos renovados para seguir em frente.

Everest AmaDablam
No primeiro plano: pedras e bandeiras com orações budistas
No horizonte: à esquerda, com o cume coberto pelas nuvens, o Everest. À direita,
o Ama Dablam

Neste dia, nosso local de hospedagem foi no vilarejo de Khunde. Nosso grupo chegou primeiro, almoçou um bom macarrão com legumes e descansou um pouco. Em seguida, saimos para subir o Khunde Peak, passar algum tempo lá e retornar ao lodge. A turma que fez o off road cumpriu um roteiro onde já havia subido a 4000 m e agora descia para a hospedagem.

Subida para 4000
Encarando a subida para 4000 metros. Não é uma tarefa light.

Frio a 4000 m
Descansando a 4000 m
4200 3
Eu, Vicente e Paulo subimos um pouco mais
Khunde Peak

4000 metros Khunde
Lá embaixo o Vilarejo de Khunde, de onde subimos neste dia
Thamo lá embaixo
No outro lado, o vilarejo mais baixo é Thamo. Estávamos lá no dia anterior

Passamos um tempinho lá em cima e descemos para Khunde. Durante a tarde, fiz um teste com o celular para montar em time-lapse. Quis verificar qual seria a duração da bateria quando o equipamento estivesse exposto a baixas temperaturas. Com o celular carregado, durou pouco mais de uma hora.

O resultado ficou bem bacana: mostra o o Thamserku (6618m), à frente, no centro e o Kantega (6.782 m) atrás, à esquerda. Bela visão que tínhamos na frente do lodge, concordam?


À noite, Manoel Morgado fez uma explanação sobre medicina de altitude. O que é e o que não é normal. Afinal, estávamos subindo cada vez mais e saber que sintomas poderiam indicar algum problema é importante em qualquer caminhada de altitude.

E para fechar com chave de ouro nosso dia, os últimos raios de sol iluminando o Ama Dablam:

Por do Sol Ama Dablam

Outros posts da Série


1 - Como é !? Vão subir o Everest?
2 - Chegada à Kathmandu
3 - Explorando Kathmandu
4 - Kathmandu–Pashupatinah e Boudhanath
5 - Voando para um dos aeroportos mais extremos do mundo (Lukla)
6 - Começamos a jornada! Caminhada até Monjo
7 - Namche Bazaar
8 - No caminho para Thamo, a visita a monges budistas
9 - Rumo ao Everest Base Camp: chegamos aos 4000 metros
10 - Como as cargas são transportadas no Himalaia
11 - A caminhada continua. Rumo à Deboche
12 - Sol e esterco: fontes energéticas no Himalaia
13 - Os desafios continuam: caminhada até Dingboche
14 - Uma curta caminhada, lindas paisagens e um desafio
15 – Entrevista com Manoel Morgado
16 – Lobuche e o Memorial aos Sherpas mortos
17 – Quase Lá: Gorak Shep
18 – Kala Patthar: 5500m e a melhor visão do Everest
19 –  Acampamento Base do Everest:Objetivo conquistado
20 – Retorno do Acampamento Base do Everest – de Gorak Shep a Deboche
21 – Terminando a caminhada: de volta a Lukla

16 comentários:

  1. Um post mais lindo que o outro! Está muito legal acompanhar a viagem de voces.

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  2. Bom, bom, eeeeee BOMmmmmmmm. Show Jodrian, parabéns!
    Zeneide

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  3. Esse time-lapse ficou maravilhoso! Ótima ideia!
    Curtindo cada metro de altitude da sua viagem!
    Abraços,
    Lillian.

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    1. Lillian
      Ainda temos o melhor time-lapse a publicar. Foi uma idéia que tinha em mente desde a saída do Brasil e funcionou tudo muito bem :)
      Obrigado pelo acompanhamento e comentários
      Abraços

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  4. Muito show de bola e feliz por ver esse casal bacana Jodrian Rozana e Zeneide pessoas que tive o prazer de conhecer e está aqui, neste belo espaço.

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    1. Obrigado, Carlos
      Foi um grande prazer curtir as trilhas em Carnaúba dos Dantas tendo você como guia. Valeu!
      Abraço

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  5. Muito boa a descrição da subida. Dá para sentir a emoção.
    Também fiz essa travessia com o Mané, em 1994, quando, por vinte dias, atingimos o Gokio, o Kalapatar e o Chukung. Mas ficamos em barracas.
    Na minha segunda viagem ao Nepal, aí por conta própria e ficando em lodges, caminhei dezessete dias pelas bandas da Lantang, Gosainkund, Helambu.
    Parabéns pelo blog.
    Augusto.
    http://viajantesustentavel.blogspot.com.br/

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    1. Obrigado, Augusto
      A gente tenta passar um pouquinho da emoção, mas a verdadeira dimensão só se consegue vivenciando tudo aquilo. Imagino como foi sua viagem há 20 anos.
      Abraço

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    2. Inenarrável só de lembrar além da emoção da aventura entrar em contato com a cultura, a religião, a maneira de viver isso é de fato emocionante. Jodrian, parece-me que é uma região pobre, não? Abraço.

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    3. Obrigado pelos comentários, Damião
      Sim, o Nepal é um país economicamente pobre, mas com uma riqueza cultural e natural fantásticas.
      Abraço

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  6. Quanto dias são necessários para sair do Hotel Everest View até a base?

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    1. Cygnus,
      Não ficamos neste Hotel. Saindo de Lukla, base do aeroporto para a trilha, foram 10 dias de caminhada até a base. Acredito que este tempo pode variar de operadora para operadora
      Abraço e obrigado pela visita

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