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Paisagem próxima ao Aeroporto de Lukla |
Animados com o sucesso do pouso em Lukla, nosso grupo reuniu-se no Himalaya Lodge para um reforço no café da manhã, retiramos alguns itens necessários dos
duffle bags e nos dedicamos a filmar e fotografar a movimentação no aeroporto (veja
post anterior).
Providências resolvidas para a caminhada e fomos apresentados à equipe de nepaleses que nos acompanharia durante todo o percurso.
Sherpas e sherpas
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sherpas que acompanharam nosso grupo |
Aqui, é necessária uma explicação. Conforme descrito pelo Manoel Morgado: Há Sherpas e sherpas. Os Sherpas (com S maiúsculo) ou “Povo do Leste” são uma etnia da região mais montanhosa do país. Com freqüência trabalham nas equipes que escalam as montanhas de 8000 metros.
Entretanto, o termo ficou popularizado para designar guias de montanha e aí temos os sherpas (com “s” minúsculo) que é uma profissão. Nossa equipe tinha sherpas com predominância da etnia Padang. Foram de imenso valor ao longo de todo o trekking, demonstrando profissionalismo, simpatia e uma incrível disposição para ajudar no que fosse preciso.
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Duffle Bags - os itens que não são usados
durante a caminhada são acomodados nestas malas
feitas de nylon grosso |
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Carregadores levando duffle bags |
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Nosso grupo
Viajar em grupo costuma ser complicado. Corações e mentes com expectativas, estilos e posturas diferentes é, normalmente, uma dor de cabeça para os guias e, por tabela, para o grupo como um todo. Felizmente, não foi nosso caso!
Nosso grupo era composto de brasileiros (e o Luiz, argentino que mora há muito tempo no Brasil), com idades entre 35 e 67 anos. Alguns com maior experiência em trekkings e outros com pouca vivência. Todos, sem dúvida, com o objetivo de chegar aos pés da maior montanha do mundo.
Aos poucos, o entrosamento foi acontecendo naturalmente e o relacionamento ao longo das trilhas e nos lodges foi muito bom. Nos divertimos e curtimos a companhia dos colegas
A caminho de Monjo
Nosso objetivo do dia (além de “sobreviver” ao vôo até Lukla) foi chegar ao vilarejo de Monjo. Neste primeiro trecho não houve ganho de altitude: permanecemos a cerca de 2800 m. Não significa que foi moleza: descemos a 2500 e subimos novamente a 2800.
Iniciamos a caminhada por volta das 09:00 e os caminhos nos fazem esquecer rapidamente da agitação urbana de Kathmandu. Não é para menos! uma realidade nova vai aparecendo: paisagens montanhosas, travessias de pontes suspensas, outros caminhantes, carregadores e animais.
Aliás, conviver com o fluxo das caravanas de animais pode ser o que mais se aproxima do trânsito urbano. Fomos todos orientados a alertar sobre a vinda dos bichos. A prioridade é de quem vem ou vai carregado – sejam os homens ou mulas, dzo ou yaks. E, claro, ficar sempre do lado da encosta e nunca das ribanceiras – não são freqüentes, mas há relatos de acidentes por causa de um “chega prá lá” dos bichos.
Na foto à direita, o grupo espera a passagem de uma caravana de Dzo – híbrido entre o gado comum e o yak. Este só veríamos em altitudes maiores | |
Atravessamos os vilarejos e vamos observando o dia-a-dia dos moradores. A agricultura aparece em plantações de batata, mostarda e outras hortaliças. De modo geral, é uma região onde há um padrão de vida melhor.
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Desde pequenos, ajudam nas tarefas |
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Plantação de batatas |
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A bandeira do Nepal é a única no mundo que
não tem formato quadrado ou retangular |
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Nepalês carregado. O cesto é chamado de Doko |
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Parece, mas não é cerejeira. |
Paramos para almoçar em Phakding e depois seguimos para Monjo. A maioria dos caminhantes dorme aí. Entretanto, a estratégia de seguir adiante tem vantagens: Caminhar de Phakding diretamente até Namche Bazaar seria bem mais cansativo no dia seguinte. Além disso, na programação adotada, teríamos as primeiras visões do Everest e aproveitaríamos a tarde em Namche. Começamos a perceber o cuidado na definição do roteiro.
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Animados com o início do trekking. O mascote foi à tiracolo |
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Saíndo de Lukla |
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Parte de nosso grupo |
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Atravessamos muitos vilarejos |
Após 6,5h de caminhada, próximo ao rio Dudh Kosi, chegamos ao Mount Kailash Lodge – o primeiro dos muitos lodges que seriam nossas hospedagens no caminho até o Acampamento Base do Everest. São instalações simples, mas adequadas ao descanso dos caminhantes. Exceção à regra, este tinha banheiros e chuveiros dentro dos quartos.
Jantamos em grupo com o espírito animado e ouvimos o briefing para o dia seguinte, onde fomos orientados sobre o que levar na mochila, cuidados sobre aclimatação e a regra dos horários: 6 – 7 – 8 (contaremos sobre isso no próximo post).
Dicas
Hidratação – Uma boa hidratação é fundamental para aclimatação à altitude. Também é importante manter os cuidados com a qualidade da água. Embora haja vários métodos de purificação (veja
post), a orientação foi purificar com pastilhas de iodo – 01 para 01 litro de água, com 01 hora de espera antes de beber. Daí, também foi melhor levar cantis de 1 litro, ao invés de 500 ml, para facilitar este processo.
Ritmo – Ninguém está em competição para chegar mais rápido. Caminhar no seu ritmo é muito importante para evitar desgaste físico desnecessário. Além disso, com tanta paisagem bonita, por que não investir tempo em apreciá-las. A programação de cada dia permite uma boa folga de tempo ao chegar aos lodges.
Outros posts da série:
Estou amando acompanhar a viagem de voces, pois esta aventura terei que deixar para a próxima encarnação. Abs
ResponderExcluirObrigado, Flora
ExcluirAinda tem muita coisa baca a ser publicada :)
Abraço,
Jodrian
Mais uma fantástica aventura. Estamos aqui acompanhando tudo!!!
ResponderExcluirAbs
Muito obrigado !!
ExcluirEm breve tem mais relatos :)
Abraço
Belíssimas fotos!
ResponderExcluirInteressante e perigoso esses encontros com os yaks no meio do caminho! :)
Abraços,
Lillian.
Os Yaks não atacam, mas podem esbarrar nas pessoas e se estivermos do lado errado da trilha ...Obrigado pelos comentários :)
ExcluirAbraço
Jodrian
Apesar de ter ouvido o relato em primeira mão, é bastante saborosa a narrativa!
ResponderExcluirValeu, irmão
ExcluirÉ muito legal fazer a narrativa, porque vamos nos lembrando dos detalhes e complementando as informações
Grande abraço
Jodrian