domingo, 5 de maio de 2013

Começamos a jornada! Caminhada até Monjo

Paisagem Aeroporto de Lukla
Paisagem próxima ao Aeroporto de Lukla
Animados com o sucesso do pouso em Lukla, nosso grupo reuniu-se no Himalaya Lodge para um reforço no café da manhã, retiramos alguns itens necessários dos duffle bags e nos dedicamos a filmar e fotografar a movimentação no aeroporto (veja post anterior).

Providências resolvidas para a caminhada e fomos apresentados à equipe de nepaleses que nos acompanharia durante todo o percurso.


Sherpas e sherpas

Sherpas
sherpas que acompanharam nosso grupo
Aqui, é necessária uma explicação. Conforme descrito pelo Manoel Morgado: Há Sherpas e sherpas. Os Sherpas (com S maiúsculo) ou “Povo do Leste” são uma etnia da região mais montanhosa do país. Com freqüência trabalham nas equipes que escalam as montanhas de 8000 metros.

Entretanto, o termo ficou popularizado para designar guias de montanha e aí temos os sherpas (com “s” minúsculo) que é uma profissão. Nossa equipe tinha sherpas com predominância da etnia Padang. Foram de imenso valor ao longo de todo o trekking, demonstrando profissionalismo, simpatia e uma incrível disposição para ajudar no que fosse preciso.

Duffle Bags
Duffle Bags - os itens que não são usados
durante a caminhada são acomodados nestas malas
feitas de nylon grosso
Carregadores Porters
Carregadores levando duffle bags

 Nosso grupo

Viajar em grupo costuma ser complicado. Corações e mentes com expectativas, estilos e posturas diferentes é, normalmente, uma dor de cabeça para os guias e, por tabela, para o grupo como um todo. Felizmente, não foi nosso caso!

Nosso grupo era composto de brasileiros (e o Luiz,  argentino que mora há muito tempo no Brasil), com idades entre 35 e 67 anos. Alguns com maior experiência em trekkings e outros com pouca vivência. Todos, sem dúvida, com o objetivo de chegar aos pés da maior montanha do mundo.

Aos poucos, o entrosamento foi acontecendo naturalmente e o relacionamento ao longo das trilhas e nos lodges foi muito bom. Nos divertimos e curtimos a companhia dos colegas

Grupo 01 Grupo 02

 

A caminho de Monjo

Nosso objetivo do dia (além de “sobreviver” ao vôo até Lukla) foi chegar ao vilarejo de Monjo. Neste primeiro trecho não houve ganho de altitude: permanecemos a cerca de 2800 m. Não significa que foi moleza: descemos a 2500 e subimos novamente a 2800.

Iniciamos a caminhada por volta das 09:00 e os caminhos nos fazem esquecer rapidamente da agitação urbana de Kathmandu. Não é para menos! uma realidade nova vai aparecendo: paisagens montanhosas, travessias de pontes suspensas, outros caminhantes, carregadores e animais.

Aliás, conviver com o fluxo das caravanas de animais pode ser o que mais se aproxima do trânsito urbano. Fomos todos orientados a alertar sobre a vinda dos bichos. A prioridade é de quem vem ou vai carregado – sejam os homens ou mulas, dzo ou yaks. E, claro, ficar sempre do lado da encosta e nunca das ribanceiras – não são freqüentes, mas há relatos de acidentes por causa de um “chega prá lá” dos bichos.

Placa
Na foto à direita, o grupo espera a passagem de uma caravana de Dzo – híbrido entre o gado comum e o yak. Este só veríamos em altitudes maiores
Dzo
Atravessamos os vilarejos e vamos observando o dia-a-dia dos moradores.  A agricultura aparece em plantações de batata, mostarda e outras hortaliças. De modo geral, é uma região onde há um padrão de vida melhor.
Criançaa Nepalesas
Desde pequenos, ajudam nas tarefas
Criança Nepalesa

batatas
Plantação de batatas
Nepal Flag
A bandeira do Nepal é a única no mundo que
não tem formato quadrado ou retangular
Construção 01

Nepalês
Nepalês carregado. O cesto é chamado de Doko
Pessegueiro
Parece, mas não é cerejeira. 
Paramos para almoçar em Phakding e depois seguimos para Monjo. A maioria dos caminhantes dorme aí. Entretanto, a estratégia de seguir adiante tem vantagens: Caminhar de Phakding diretamente até Namche Bazaar seria bem mais cansativo no dia seguinte. Além disso, na programação adotada, teríamos as primeiras visões do Everest e aproveitaríamos a tarde em Namche. Começamos a perceber o cuidado na definição do roteiro.
Casal Mango Acampamento Base do Everest
Animados com o início do trekking. O mascote foi à tiracolo
Trilha Acampamento Base do Everest
Saíndo de Lukla
Trilha Acampamento Base do Everest
Parte de nosso grupo
Vilarejo
Atravessamos muitos vilarejos
Após 6,5h de caminhada, próximo ao rio Dudh Kosi, chegamos ao Mount Kailash Lodge – o primeiro dos muitos lodges que seriam nossas hospedagens no caminho até o Acampamento Base do Everest. São instalações simples, mas adequadas ao descanso dos caminhantes. Exceção à regra, este tinha banheiros e chuveiros dentro dos quartos.

Jantamos em grupo com o espírito animado e ouvimos o briefing para o dia seguinte, onde fomos orientados sobre o que levar na mochila, cuidados sobre aclimatação  e a regra dos horários: 6 – 7 – 8 (contaremos sobre isso no próximo post).

Dicas


Hidratação – Uma boa hidratação é fundamental para aclimatação à altitude. Também é importante manter os cuidados com a qualidade da água. Embora haja vários métodos de purificação (veja post), a orientação foi purificar com pastilhas de iodo – 01 para 01 litro de água, com 01 hora de espera antes de beber. Daí, também foi melhor levar cantis de 1 litro, ao invés de 500 ml, para facilitar este processo.

Ritmo – Ninguém está em competição para chegar mais rápido. Caminhar no seu ritmo é muito importante para evitar desgaste físico desnecessário. Além disso, com tanta paisagem bonita, por que não investir tempo em apreciá-las. A programação de cada dia permite uma boa folga de tempo ao chegar aos lodges.

 Outros posts da série:


1 - Como é !? Vão subir o Everest?
2 - Chegada à Kathmandu
3 - Explorando Kathmandu
4 - Kathmandu–Pashupatinah e Boudhanath
5 - Voando para um dos aeroportos mais extremos do mundo (Lukla)
6 - Começamos a jornada! Caminhada até Monjo
7 - Namche Bazaar
8 - No caminho para Thamo, a visita a monges budistas
9 - Rumo ao Everest Base Camp: chegamos aos 4000 metros
10 - Como as cargas são transportadas no Himalaia
11 - A caminhada continua. Rumo à Deboche
12 - Sol e esterco: fontes energéticas no Himalaia
13 - Os desafios continuam: caminhada até Dingboche
14 - Uma curta caminhada, lindas paisagens e um desafio
15 – Entrevista com Manoel Morgado
16 – Lobuche e o Memorial aos Sherpas mortos
17 – Quase Lá: Gorak Shep
18 – Kala Patthar: 5500m e a melhor visão do Everest
19 –  Acampamento Base do Everest:Objetivo conquistado
20 – Retorno do Acampamento Base do Everest – de Gorak Shep a Deboche
21 – Terminando a caminhada: de volta a Lukla

8 comentários:

  1. Estou amando acompanhar a viagem de voces, pois esta aventura terei que deixar para a próxima encarnação. Abs

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Obrigado, Flora
      Ainda tem muita coisa baca a ser publicada :)
      Abraço,
      Jodrian

      Excluir
  2. Mais uma fantástica aventura. Estamos aqui acompanhando tudo!!!
    Abs

    ResponderExcluir
  3. Belíssimas fotos!
    Interessante e perigoso esses encontros com os yaks no meio do caminho! :)
    Abraços,
    Lillian.

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Os Yaks não atacam, mas podem esbarrar nas pessoas e se estivermos do lado errado da trilha ...Obrigado pelos comentários :)
      Abraço
      Jodrian

      Excluir
  4. Apesar de ter ouvido o relato em primeira mão, é bastante saborosa a narrativa!

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Valeu, irmão
      É muito legal fazer a narrativa, porque vamos nos lembrando dos detalhes e complementando as informações
      Grande abraço
      Jodrian

      Excluir

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...