domingo, 9 de junho de 2013

Uma curta caminhada, lindas paisagens e um desafio



Caminhada Dingboche
Saindo de Dingboche
Nosso 7º dia na trilha para o Acampamento Base do Everest foi relativamente curto, mas importante em termos de aclimatação. Caminhamos de Dingboche para Thukla (ou Dugla), saindo de 4300 para 4600 metros de altitude.

Com isso, pudemos “quebrar” o desnível que seria necessário (600m) para chegar até Lobuche. O desafio: subir até 5000 m para aclimatação.




Caminho até Thukla

Na saída de Dingboche, encaramos um trecho íngreme, que logo revela uma área belíssima e plana. A partir daí, o grupo caminhou de forma mais livre, já que não havia necessidade de seguir uma fila indiana.  O trecho segue paralelo ao vale formado por um rio de degelo e belas montanhas.

O tempo continuava firme e apesar da altitude o sol aliviava bastante o frio, só nos obrigando a vestir os anoraks por cima das camisas leves quando o vento aumentava. Assim, íamos caminhando, trocando impressões com os colegas e fazendo as fotografias. Sem dúvida, foi um dos dias mais bonitos do trekking

Dingboche
Grupo faz uma pausa logo após a 1a. subida vindo de Dingboche, que ficou
lá embaixo, à esquerda

Caminhada
Caminhada rumo à Thukla - Terreno amplo

Glaciar
Rosana caminha com o final do Glaciar Chola à sua esquerda
Casa de pedra Taboche Cholatse
Casa de pedra. Ao fundo o Taboche (6,542m, à esquerda) e o Cholatse (6,443m, à direita)

Casal
O frio aperta e a gente põe os agasalhos
Periche
Olhando para trás, fica o vale e o vilarejo de Periche
No final de nosso trecho, cruzamos uma pequena ponte metálica, sobre o ponto que marca o início do que virá a ser o Rio Dudh Kosi, formado pelo degelo do Glaciar Khumbu - o mesmo que vem do Everest. Assim chegamos à Thukla, basicamente composta pelas instalações de nosso local de hospedagem: o Yak Lodge & Restaurant. Apesar da curta distância, gastamos 3 horas neste trecho

Thukla Taboche
Hospedagem em Thukla, com o Taboche ao fundo

Chegando aos 5000 metros

Almoçamos um bom prato de macarrão e já saímos com as roupas de frio para encarar uma bela subida e nos expor temporariamente a uma altitude maior, como parte de nossa aclimatação. O ritmo foi lento. Anda um pouco, pára, respira, anda mais um pouco. Uma parte do grupo ficou a 4800m e outra seguiu até 5000.

Subindo 5000m
Subindo para 5000m

Subindo 5000m
Subindo para 5000m

5000m
O altímetro do guia comprova. Mais um desafio vencido
5000m
Grupo a 5000 m
Grupo descendo 5000m
Grupo descendo dos 5000m. A neve já estava bem presente nesta altitude

A câmara hiperbárica

Após o jantar, Manoel Morgado fez uma demonstração sobre o funcionamento de uma câmara hiperbárica portátil. Trata-se de um saco hermético (também chamado Gamow Bag), feito de lona semelhante à de um bote inflável. Um pedal é contínuamente acionado e fornece à pessoa que está no interior uma pressão atmosférica que simula uns 2000m abaixo do ponto onde se encontra.

Não é um recurso que cura o mal de atitude em suas manifestações mais perigosas, o Edema Pulmonar e o Edema Cerebral. Contudo, permite um importante ganho de tempo, estabilizando a saturação de oxigênio até que um resgate possa ser providenciado.
Câmara Hiperbárica 1
Câmara aberta
Câmara Hiperbárica - Pedal de acionamento
Detalhe do pedal de acionamento
Câmara Hiperbárica inflada
Totalmente inflada
Renato Barros foi voluntário para o teste e entrou na câmara. A saturação de oxigêncio no sangue estava em torno de 85%. Em poucos minutos, com o equipamento inflado, chegou a 100%. Bom saber que contávamos com este recurso.

Ao final, recebemos bolsas de água quente para colocar dentro dos sacos de dormir e aumentar o conforto. Como o frio apertou muito à noite, foi um detalhe que ajudou bastante.

Outros posts da Série

1 - Como é !? Vão subir o Everest?
2 - Chegada à Kathmandu
3 - Explorando Kathmandu
4 - Kathmandu–Pashupatinah e Boudhanath
5 - Voando para um dos aeroportos mais extremos do mundo (Lukla)
6 - Começamos a jornada! Caminhada até Monjo
7 - Namche Bazaar
8 - No caminho para Thamo, a visita a monges budistas
9 - Rumo ao Everest Base Camp: chegamos aos 4000 metros
10 - Como as cargas são transportadas no Himalaia
11 - A caminhada continua. Rumo à Deboche
12 - Sol e esterco: fontes energéticas no Himalaia
13 - Os desafios continuam: caminhada até Dingboche
14 - Uma curta caminhada, lindas paisagens e um desafio
15 – Entrevista com Manoel Morgado
16 – Lobuche e o Memorial aos Sherpas mortos
17 – Quase Lá: Gorak Shep
18 – Kala Patthar: 5500m e a melhor visão do Everest
19 –  Acampamento Base do Everest:Objetivo conquistado
20 – Retorno do Acampamento Base do Everest – de Gorak Shep a Deboche
21 – Terminando a caminhada: de volta a Lukla

10 comentários:

  1. Uau que aventura, hein? Paguei pau pra essa viagem! Abração

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    1. Verdade, Rafael
      Foi uma aventura e tanto. Obrigado !
      Grande abraço

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  2. Ai Jodrian que maravilhosos relatos! A gente viaja neles, principalmente quem estava junto. Suas fotos são de tirar o fôlego o que aumenta a percepção da sua narração. Parabéns, sou sua fã de carteirinha, pelo ser humano, aventureiro e fotografo que és.

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  3. Ei Jodrian,
    Cada metro de altura mais lindo! :)
    Fiquei impressionada com a estrutura de segurança que vocês tiveram nesta viagem. Sensacional!
    Abraços,
    Lillian.

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    Respostas
    1. Obrigado, Lillian
      Saber que contamos com este apoio nos traz muita confiança para encarar os desafios. Quando relatarmos o próximo trecho, descreveremos como parte desta estrutura foi posta em prática. E, claro, ainda tem muitos metros de beleza pela frente.
      Grande abraço
      Jodrian

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  4. Aventura mais linda,
    e demais por dividir essa experiencia!!

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  5. Que aventura maravilhosa, parabéns pela coragem e obrigada pelas imagens de tirar o fôlego!

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